Há um ano, as empresas se viram forçadas a alterar os planos que tinham naquele momento. O coronavírus avançava no Brasil, deflagrando a mais grave crise na área da saúde em décadas e trazendo reflexos diretos na economia.
Em março de 2020 a prefeitura de Porto Alegre editou decreto com uma série de medidas restritivas com objetivo de reduzir a circulação de pessoas e conter a disseminação da doença, o que levou ao fechamento do comércio e de serviços não essenciais. Em março de 2021, a Capital e as demais cidades gaúchas voltam a deparar com cenário de portas fechadas ao público, devido à bandeira preta do modelo de distanciamento controlado estadual.
Na pandemia, novos hábitos de consumo emergiram e soluções ligadas a áreas como saúde, tecnologia e alimentação ganharam espaço, fazendo com que uma série de negócios encontrasse espaço para crescer mesmo durante a crise. As vendas pela internet cresceram aceleradamente, motivando a transformação do varejo. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o faturamento do setor chegou a R$ 126,3 bilhões no ano passado, salto de 68% frente a 2019. Para 2021, a expectativa é de expansão de 18%.
Paralelamente, mais gente passou a empreender no Rio Grande do Sul. Dados da Junta Comercial indicam que foram abertas 196,3 mil empresas no ano passado. Mesmo que 81% do total sejam microempreendedores individuais (MEIs), o número foi o maior da série estatística, iniciada em 2003.
Por outro lado, neste meio tempo, a crise do coronavírus derrubou a atividade econômica. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, o Rio Grande do Sul fechou 22,1 mil postos de trabalho com carteira assinada em 2020. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que 4,9 mil lojas do Estado não suportaram e fecharam definitivamente. Pesquisa do Sebrae-RS, em fevereiro, estima que 56% dos pequenos negócios estão com a receita menor em relação aos meses anteriores.
Os números evidenciam que a queda na demanda impactou mais comércio e serviços, em especial as pequenas e médias empresas, que esgotaram rapidamente o caixa que tinham para suportar os efeitos da crise. A indústria, apesar de também ter sofrido restrições no período, hoje se mantém em atividade. Algumas fábricas, em setores como o automotivo, só voltaram a parar neste ano por causa da falta de peças. Além disso, as grandes empresas se mostram mais resilientes e acabam fazendo ajustes operacionais para suportar a crise.
O coronavírus deixou marcas nas empresas. Para entender o impacto da pandemia nos negócios, GZH conta cinco histórias de empresas de Porto Alegre impactadas pela pandemia, seja porque viram a demanda crescer, criaram novas alternativas de mercado, amargam prejuízos ou ainda buscam a recuperação.