Ao contrário do que ocorreu em educação, o Rio Grande do Sul conseguiu recuperar duas posições no ranking de segurança e longevidade do iRS. De 2017 para 2018, o índice gaúcho subiu de 0,684 para 0,753, retomando o quinto lugar nessa dimensão.
Em termos percentuais, representa alta de 10,1%, maior do que a registrada pela média nacional. No mesmo período, o país viu o indicador crescer de 0,623 para 0,677 em segurança e longevidade – avanço de 8,7%.
A melhora gaúcha foi influenciada, principalmente, pela trégua na variável de homicídios, que havia aumentado no ano anterior. Em 2018, a taxa que mede a incidência desse crime caiu de 29,1 para 23,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. É a menor desde 2013.
– A melhora em segurança e longevidade foi puxada pela redução nos homicídios – reforça o economista Ely José de Mattos, professor da Escola de Negócios da PUCRS.
O recuo na taxa de mortalidade infantil também beneficiou o desempenho gaúcho. Em 2018, a variável baixou de 10,1 para 9,8 óbitos para cada grupo de mil nascidos vivos. É a primeira vez que o indicador fica abaixo de dois dígitos na série histórica, iniciada em 2007.
Por fim, a taxa de mortes no trânsito pegou o embalo positivo das demais variáveis de segurança e longevidade. Recuou de 16,8 para 15,6 a cada 100 mil habitantes no Rio Grande do Sul. É o menor nível da série histórica.
Em 2018, São Paulo (0,901) permaneceu na liderança de segurança e longevidade. O topo é preenchido pelos paulistas desde o começo do iRS. Na segunda colocação, houve mudança. Com leve diferença, Santa Catarina (0,8234) assumiu o posto ao deixar o Distrito Federal (0,8233) para trás. O último lugar do levantamento está nas mãos de Sergipe (0,130). Roraima ficou em penúltimo (0,133).
Mesmo com a melhora, o Rio Grande do Sul ainda está em posição pior do que a verificada no início da série nessa dimensão. De 2007 a 2012, os gaúchos ocuparam o segundo lugar do ranking de segurança e longevidade.
O iRS
Com foco na vida real e formato simplificado, o índice é fruto de parceria entre ZH e PUCRS.
O indicador, criado em 2014, aponta o desempenho dos Estados e do Distrito Federal em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidas, segurança e longevidade.
O iRS tem o mesmo referencial teórico do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – lançado em 1990 como complemento a levantamentos que avaliam apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
Perguntas e respostas
Por que criar um indicador?
Não havia um índice reconhecido no país especificamente para avaliar os Estados. O iRS é o primeiro com proposta de atualização anual
Por que as variáveis?
Para refletir qualidade de vida e desenvolvimento humano, a definição da metodologia do iRS leva em conta indicadores que vão além dos estritamente econômicos. Foram escolhidos os mais abrangentes, que impactam maior quantidade de pessoas
O que o diferencia?
- Transparência: todos os dados são oficiais e de fácil acesso. Significa que qualquer pessoa pode conferi-los e que os números têm fontes confiáveis
- Foco na vida real: a meta é traduzir a realidade de quem vive no Estado. A exemplo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o foco é nas pessoas, e não nas instituições ou no poder público
- Fácil compreensão: alguns índices utilizam tantas variáveis que fica difícil entendê-los. O iRS apresenta fórmula simples e foi feito para ser compreendido intuitivamente
Qual é a escala?
Para obter um resultado comparável entre todos os Estados, foi criada uma escala de zero a um, baseada em patamares mínimos aceitáveis e metas de desenvolvimento. Quanto mais perto de um, mais próximo da meta. Quanto mais perto de zero, mais distante dela
Por que os dados são de 2018?
O iRS avança até o ano dos dados mais recentes disponíveis para todas as variáveis. O atraso das estatísticas é um problema comum devido ao tempo de coleta, ao processamento e à divulgação das informações. O iRS busca utilizar as opções mais rápidas para reduzir ao máximo esse tempo