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A educação é a dimensão em que os gaúchos estão mais distantes do topo no iRS. Em 2018, o Estado voltou a perder posições, caindo do 14º para o 16º lugar. Pelo segundo ano consecutivo, o Rio Grande do Sul figurou na segunda metade do ranking nacional dessa área. No início da série histórica, em 2007, chegou a ocupar a quinta colocação.
De 2017 para 2018, o índice gaúcho variou de 0,588 para 0,585. Significa que o Estado teve média inferior à brasileira. No mesmo período, o indicador de educação no país passou de 0,614 para 0,616.
A posição estadual pode ser explicada, em parte, pela taxa de distorção idade-série no Ensino Médio. Em 2018, essa variável subiu pelo terceiro ano seguido, de 33,3% para 34,7%, a maior da série histórica. Sinaliza que, de cada cem alunos, 34 tinham pelo menos dois anos de atraso escolar.
Para superar as dificuldades, o Estado terá desafio adicional nos próximos anos, alerta a economista Izete Pengo Bagolin, professora da Escola de Negócios da PUCRS. É que, em 2020, a covid-19 paralisou aulas, afetando o calendário escolar e a rotina de alunos.
– Em um contexto normal, o Estado já tinha estudantes com dificuldades de aprendizagem. Com a pandemia, essas dificuldades podem ser potencializadas – explica.
O iRS também analisa a taxa bruta de matrículas no Ensino Médio, que ficou estável no Rio Grande do Sul. Terceira variável do estudo, a nota na Prova Brasil tampouco teve alteração. Usada para medir o aprendizado em português e matemática, a avaliação ocorre a cada dois anos – não houve edição em 2018. A mais recente foi em 2019, quando o Estado apresentou melhora, o que traz algum alívio para o próximo levantamento do iRS.
Em 2018, São Paulo (0,704) seguiu na liderança do iRS em educação. Os paulistas ocupam o topo do ranking desde o início da série. Santa Catarina (0,675) subiu para a segunda colocação. Minas Gerais (0,667) completa o pódio, no terceiro lugar.
Na outra ponta da lista, está o Pará (0,497), que aparece na última colocação. O Estado da Região Norte está no 27º posto desde 2008.
O iRS

Com foco na vida real e formato simplificado, o índice é fruto de parceria entre ZH e PUCRS.
O indicador, criado em 2014, aponta o desempenho dos Estados e do Distrito Federal em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidas, segurança e longevidade.
O iRS tem o mesmo referencial teórico do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – lançado em 1990 como complemento a levantamentos que avaliam apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
Perguntas e respostas
Por que criar um indicador?
Não havia um índice reconhecido no país especificamente para avaliar os Estados. O iRS é o primeiro com proposta de atualização anual
Por que as variáveis?
Para refletir qualidade de vida e desenvolvimento humano, a definição da metodologia do iRS leva em conta indicadores que vão além dos estritamente econômicos. Foram escolhidos os mais abrangentes, que impactam maior quantidade de pessoas
O que o diferencia?
- Transparência: todos os dados são oficiais e de fácil acesso. Significa que qualquer pessoa pode conferi-los e que os números têm fontes confiáveis
- Foco na vida real: a meta é traduzir a realidade de quem vive no Estado. A exemplo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o foco é nas pessoas, e não nas instituições ou no poder público
- Fácil compreensão: alguns índices utilizam tantas variáveis que fica difícil entendê-los. O iRS apresenta fórmula simples e foi feito para ser compreendido intuitivamente
Qual é a escala?
Para obter um resultado comparável entre todos os Estados, foi criada uma escala de zero a um, baseada em patamares mínimos aceitáveis e metas de desenvolvimento. Quanto mais perto de um, mais próximo da meta. Quanto mais perto de zero, mais distante dela
Por que os dados são de 2018?
O iRS avança até o ano dos dados mais recentes disponíveis para todas as variáveis. O atraso das estatísticas é um problema comum devido ao tempo de coleta, ao processamento e à divulgação das informações. O iRS busca utilizar as opções mais rápidas para reduzir ao máximo esse tempo