O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que não desistiu da ideia de criar um imposto sobre transações. Em um evento nesta sexta-feira (16), afirmou preferir "esse imposto de merda", a nova CPMF, enquanto não tiver outra solução para desonerar a folha. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
A declaração ocorre um dia depois do ministro de Jair Bolsonaro afirmar que poderia desistir de criar a nova taxa. Essa afirmação foi dada na quinta-feira (15), em entrevista à CNN.
— Temos que desonerar o custo do trabalho. Enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro esse imposto de merda — afirmou Guedes ao participar de live da XP.
— Você acha que sou um homem de desistir fácil das coisas? De forma alguma. Por que você acha que estamos pensando nessa coisa de merda? Você acha que liberais gostam de criar impostos? De maneira alguma. Só tem uma maneira razoável de pensar, é porque existe um pior funcionando hoje — complementou.
De acordo com o ministro, o imposto está sendo planejado para substituir os aplicados sobre salários que empresas pagam a empregados.
Um dia antes, o discurso havia sido outro:
— Não tem aumento de imposto, não existe aumento de imposto. A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha (de salários). Esse imposto só entraria para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista — disse Guedes na quinta.
Conforme a Folha, essa declaração havia recebida com surpresa entre interlocutores da pasta, porque o plano de um imposto sobre os pagamentos nunca teria deixado de estar entre os planos do ministro.