A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) gaúcha, Maria Fernanda Tartoni, defendeu a flexibilização da abertura dos estabelecimentos no Estado e definiu a situação de "caótica". A representante de um dos setores mais afetados pelo coronavírus participou do Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (10).
— Somos vistos como vilões em muitos momentos, mas geramos empregos, giramos a economia, temos parcela muito grande no PIB e estamos nessa situação caótica. Mesmo com todas as medidas a gente não está podendo operar. E o resultado é esse: uma tristeza muito grande vindo de todos os donos de bares e restaurantes — afirma.
Para Maria Fernada, há "muita instabilidade no modelo (de distanciamento controlado). Uma hora abre, uma hora fecha". Segundo a presidente da Abrasel gaúcha, a parcela que está buscando atendimento presencial ainda é pequena e os estabelecimentos estavam cumprindo todos os protocolos de higienização e distanciamento.
Além disso, explica, os estabelecimentos têm como realizar um manejo preciso por se tratar de atendimento nas mesas. Para evitar aglomerações, defendeu que deve haver uma "fiscalização forte, com penas rigorosas, para que isso não aconteça".
— A gente informa que consegue trabalhar o distanciamento de uma forma de não sermos os grandes disseminadores do coronavírus. Eu concordo que está sendo feito de uma forma que está nos prejudicando muito. Poderíamos estar com faturamento baixo, mas para nos manter respirando. (...) Alguns não teriam como se adaptar, sim, mas a grande maioria gostaria de estar trabalhando, podendo manter a economia —avalia.
A situação mais delicada no setor ocorre em Porto Alegre, onde os bares e restaurantes estão fechados ao público. Uma pesquisa realizada pela Abrasel, divulgada em junho, aponta que 50% dos estabelecimentos da Capital podem fechar as portas em definitivo no próximo mês.
— O clima está refletido nestes números. Clima de bastante tensão, preocupação, desânimo — diz a presidente da Abrasel.
Ouça a entrevista completa