As restrições impostas por conta do coronavírus provocarão nos próximos meses perdas que oscilarão entre US$ 1,2 trilhão e US$ 3,3 trilhões para o turismo e os setores relacionados, de acordo com uma estimativa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
— Estes números nos recordam claramente algo que esquecemos com frequência: a importância econômica do setor e seu papel de salva-vidas para milhões de pessoas em todo o mundo — destacou Pamela Coke-Hamilton, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED).
O documento tem como base uma avaliação recente da Organização Mundial do Turismo (OMT), que calcula que, por si só, a queda da demanda de viagens internacionais poderia representar uma perda de entre 850 milhões e 1,1 bilhão de viajantes. A CNUCED elaborou a partir do estudo três cenários.
— (Os cenários incluem desde) As perdas de hotéis e restaurantes a produtores que vendem seus produtos diretamente aos hotéis, bancos, produtores de energia, setor da construção, entre outros — explicou à Ralf Peters, diretor do departamento de informação sobre comércio da CNUCED.
O cenário intermediário elaborado pela CNUCED representa uma interrupção do turismo internacional de oito meses, com perdas de US$ 2,2 trilhões, ou seja, 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Se a interrupção das atividades chegar a um ano, as perdas serão de US$ 3,3 trilhões, 4,2% do PIB mundial.
No cenário intermediário, a CNUCED calcula que a Jamaica seria o país mais afetado no mundo, pela proporção do peso do turismo em seu PIB, seguido por Tailândia, Croácia e Portugal. Em termos absolutos, Estados Unidos e China são os mais afetados, seguidos por Tailândia, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália.