O Ministério do Meio Ambiente prepara um decreto que proíbe por 120 dias a realização de queimadas na Floresta Amazônica.
A medida, que foi adotada por 60 dias no ano passado, tem como objetivo tentar reduzir o desmatamento na região amazônica durante o período da seca, que teve início no mês passado.
A proibição foi discutida em reunião, promovida na terça-feira (7), no Palácio do Planalto, com a participação dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Relações Exteriores.
A iniciativa foi revelada pelo jornal Valor Econômico e confirmada nesta quarta-feira (8) pela reportagem. Segundo assessores presidenciais, ela ainda está em fase de avaliação e deve ser publicada até o final do mês.
O decreto é uma das respostas do governo brasileiro às críticas de investidores estrangeiros em relação à atual política ambiental brasileira.
Em carta aberta, empresários que detêm US$ 3,7 trilhões em ativos administrados ao redor do mundo criticaram a postura do país em relação à floresta amazônica.
O documento gerou preocupação no presidente Jair Bolsonaro, que solicitou à equipe ministerial uma reação imediata ao documento.
O Palácio do Planalto também identificou reação negativa no Exterior à informação de que a Amazônia tem 23% da floresta em terras públicas não destinadas registradas ilegalmente como propriedades privadas.
Como reação, Bolsonaro prepara um pacote de medidas para tentar acalmar investidores estrangeiros. Sob o comando do vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, o objetivo é tentar melhorar a imagem do país, sobretudo na União Europeia.
A estratégia é para tentar conter uma eventual fuga de investimentos estrangeiros e gerar um ambiente positivo para que o Brasil atraia recursos externos após a fase mais grave da pandemia do coronavírus, esperada para o segundo semestre.
O mês de junho teve 18,5% mais focos de incêndio na Amazônia em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram 2.248 focos de queimadas no bioma, o maior índice desde 2007, quando houve 3.517 focos na região no mesmo período do ano. O monitoramento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).