O movimento mais baixo nas ruas por conta da pandemia de coronavírus está afetando drasticamente o faturamento de postos de combustíveis em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Alguns estabelecimentos relatam queda de até 40% entre os três primeiros dias da semana passada e desta.
O clima é de preocupação entre os funcionários em postos de Porto Alegre. O gerente de um local na Avenida Ipiranga relatou que a procura por combustíveis caiu 40%, e da loja de conveniência, chegou a 50%. Mesas e cadeiras foram retiradas para evitar que clientes fiquem na loja de conveniência.
– Não queremos fechar, mas estamos preocupados. E com o fechamento dos shopping – disse um gerente, que não quis se identificar.
A reportagem percorreu estabelecimentos de Porto Alegre. Algumas regiões, como a Zona Norte, que tem saídas para várias cidades da Região Metropolitana, enfrentam problemas. Mas estabelecimentos mais ao sul da cidade estão sentindo ainda mais impacto.
O gerente regional da Rede Sim da Região Metropolitana, Gabriel Meyer, é responsável por monitorar a venda em 25 postos. Ele frisou que a geografia está ajudando postos a venderem mais.
– Na Souza Reis, por exemplo, o posto segue praticamente igual. Deve cair nos próximos dias, mas ainda segue muito parecido. Mas em outros postos que a gente tem, a queda é realmente bem significativa – disse.
O proprietário da Rede Buffon de postos, Ildo Buffon, tem mais de 20 estabelecimentos na Grande Porto Alegre. A queda nas vendas passa de 20% na capital. Mas em cidades do Interior, a queda não é tão grande.
– O que está segurando mais é no interior. Não sei se o pessoal não parou ainda como na Região Metropolitana. Mas já caiu a venda. Não temos muito o que fazer – disse.
O Sindicato intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro) ainda não tem dados oficiais sobre a queda no consumo de combustíveis. O presidente da entidade, João Carlos Dal'Aqua, disse que protocolou um pedido de redução nos horários dos postos, para evitar custos.
– Queremos preservar empregos. Estamos pleiteando a redução de horários. Também vamos negociar férias com funcionários para que eles fiquem em casa – afirma Dal'Aqua.