A gasolina sai das refinarias da Petrobras, mas a estatal, no fim das contas, só fica com 29% do valor cobrado do consumidor nos postos. A remuneração da companhia é apenas um dos cinco componentes do preço do combustível.
Há fatias da quantia que vão para distribuidores e revendedores, usinas e produtores de etanol e o poder público. No Rio Grande do Sul, tributos federais e o estadual representam quase metade do preço do litro do combustível (45%).
Em janeiro, o valor médio do litro nos postos gaúchos foi de R$ 4,76, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Desse preço, R$ 0,71 (15% do total) foram de tributos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins).
Já o ICMS, principal imposto cobrado pelos Estados, representou R$ 1,43 do valor do litro. Isso porque, no RS, a alíquota de ICMS é de 30% sobre o preço de pauta (média do que é praticado nas bombas de todo o Estado), calculado pela Secretaria Estadual da Fazenda a cada 15 dias, a partir de pesquisa junto aos postos de combustíveis com base em notas fiscais eletrônicas.
O valor da gasolina virou foco de tensão entre Jair Bolsonaro e os governadores. Questionado sobre a alta nas bombas recentemente, o presidente disse, em rede social, que o problema está no recolhimento de ICMS, principal imposto cobrado pelos Estados. O episódio provocou a reação de governadores nos últimos dias e, ontem, houve reunião em Brasília com os chefes de Estados e a equipe econômica do presidente.