A derrubada no Senado do artigo que previa regras mais rígidas para concessão do abono salarial não significa nenhuma perda para a reforma da Previdência, na avaliação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O abono é uma espécie de 14º salário pago pelo governo a trabalhadores de baixa renda com carteira assinada.
Na madrugada desta quarta (2), o Senado decidiu manter o critério atual, segundo o qual o benefício é concedido a quem recebe até dois salários mínimos, cerca de R$ 2 mil. A versão da reforma aprovada pela Câmara previa um limite de renda mais restritivo, de aproximadamente R$ 1,3 mil.
Maia qualificou o tema de difícil e lembrou que alguns dispositivos do texto do governo também caíram durante a votação do tema na Câmara dos Deputados.
— Acho que nós temos que olhar o que tínhamos de expectativa no passado e o resultado que vai sair da reforma na Câmara e no Senado — afirmou.
Para ele, as duas Casas trabalharam com responsabilidade e sem se preocupar com as eleições municipais de 2020, "sem nenhum tipo de oportunismo ou populismo".
— Acho que a perda de um destaque não significa nenhuma perda — considerou.
O presidente da Câmara ressaltou que a expectativa inicial era de que a reforma entregasse uma economia de R$ 500 bilhões e que o resultado final deve ficar acima de R$ 800 bilhões.