A população dos Estados com maior renda per capita do Brasil vai ficar com uma fatia maior do volume de recursos que serão liberados do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), segundo dados da Caixa Econômica Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As informações foram apresentadas nesta quinta (8) pelo secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, em evento do banco BTG Pactual sobre cenários macroeconômicos, em São Paulo.
Segundo o levantamento, enquanto no recorte de todo o Brasil o percentual da população afetada será de 46,3%, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, essa porcentagem será de 62,3%, 61,5%, 55,7% e 53,5%, respectivamente.
Só São Paulo receberá 38,9% do total. Serão R$ 15,5 bilhões dos R$ 39,8 bilhões previstos para liberação com o pagamento dos R$ 500 do FGTS. Também serão beneficiadas populações de Rio de Janeiro (52,7%), Minas Gerais (48,7%), Espírito Santo (49,9%), Goiás (49,5%), Mato Grosso (52,5%) e Mato Grosso do Sul (51,3%).
Os habitantes de estados do Norte e Nordeste vão ficar com parcelas menores: Maranhão (20,4%), Piauí (24,5%) e Pará (24,7%). Esses três somados vão receber o equivalente a 10% do que será pago aos habitantes de São Paulo.
Taxa de informalidade pesa no cálculo por Estado
Essas diferenças refletem as disparidades regionais no mercado de trabalho e na composição de ocupações no núcleo familiar. Bahia e Santa Catarina, por exemplo, têm 4,5 milhões de trabalhadores cada um e vão receber quantias similares, R$ 1,5 bilhão e R$ 1,8 bilhão, respectivamente.
Ocorre que 31,2% da população da Bahia será beneficiada, enquanto em Santa Catarina a parcela sobe para 61,5% da população. O estado sulista tem menor taxa de informalidade do país, pouco mais de 19%. Na Bahia, quase metade não tem carteira assinada.
Sachsida disse que R$ 500 podem parecer pouco à primeira vista, mas que, no conjunto, terão força sobre a capacidade de consumo e vão atuar como indutor do crescimento.
— Por exemplo, 28 milhões de trabalhadores em São Paulo vão receber esse dinheiro, (serão) R$ 15 bilhões a mais na economia paulista. No Nordeste, 30% da população vai ser atingida pela distribuição do FGTS — disse o secretário.
No caso da opção do saque-aniversário, o secretário afirmou que a medida deve afetar a produtividade do país.
— O trabalhador agora pode sacar um pouquinho do dinheiro todo ano. O incentivo para ele continuar na empresa aumentou. O incentivo para o patrão aumentar a qualificação aumentou.
Além disso, por ter acesso ao dinheiro do fundo todo ano, o trabalhador vai ter uma garantia para conseguir acesso a crédito mais barato.
— Vamos replicar para o trabalhador do setor privado o sucesso visto com o consignado para o funcionário público.