O desempenho gaúcho no iRS foi abalado novamente pela violência. Em 2017, o Rio Grande do Sul perdeu duas posições no ranking de segurança e longevidade. Caiu do quinto para o sétimo lugar nessa dimensão, com baixa no índice de 0,694 para 0,684. A marca é a menor desde o início da série histórica, que começou em 2007.
A redução pode ser explicada, em parte, pelo novo avanço na variável de homicídios. Na comparação com 2016, a taxa que mede a incidência desse crime subiu de 28,4 para 29,1 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O índice de homicídios é o maior registrado desde o início da série histórica no Estado.
Acidentes em ruas e rodovias também pesaram no resultado de segurança e longevidade. Em 2017, a taxa de mortes no trânsito subiu de 16,2 para 16,8 óbitos a cada 100 mil habitantes. A marca é a maior desde 2014.
– O Rio Grande do Sul teve piora nas duas variáveis que mais oscilam nessa área, as taxas de homicídios e de mortes no trânsito – frisa o coordenador do iRS, Ely José de Mattos, economista e professor da Escola de Negócios da PUCRS.
Entre 2007 e 2012, o Rio Grande do Sul chegou a ter o segundo melhor índice do país em segurança e longevidade. A terceira variável pesquisada nessa dimensão, a taxa de mortalidade infantil, ficou relativamente estável em 2017, frente ao ano anterior. Teve leve baixa de 10,2 para 10,1 óbitos para cada grupo de mil nascidos vivos.
Mesmo com a redução no indicador de segurança e longevidade, o Rio Grande do Sul segue com desempenho superior ao nacional na área. Em 2017, a média brasileira passou de 0,621 para 0,623. São Paulo (0,873) é líder em segurança e longevidade desde o início da série histórica.
Em 2017, o Distrito Federal (0,784) subiu dois degraus e assumiu o segundo lugar. Santa Catarina (0,772) caiu para o terceiro posto. Paraná (0,687), o outro membro da Região Sul, manteve-se na sexta posição.
O iRS
Com foco na vida real e formato simplificado, o índice é fruto de parceria entre Zero Hora e PUCRS. O indicador, criado em 2014, aponta o desempenho dos Estados e do Distrito Federal em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidas, segurança e longevidade.
O iRS tem o mesmo referencial teórico do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – lançado em 1990 como complemento a levantamentos que avaliam apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
Perguntas e respostas
Por que criar um indicador?
Não havia um índice reconhecido no país especificamente para avaliar os Estados. O iRS é o primeiro com proposta de atualização anual.
Por que as variáveis?
Para refletir qualidade de vida e desenvolvimento humano, a definição da metodologia do iRS leva em conta indicadores que vão além dos estritamente econômicos. Foram escolhidos os mais abrangentes, que impactam maior quantidade de pessoas.
O que o diferencia?
Transparência: todos os dados são oficiais e de fácil acesso. Significa que qualquer pessoa pode conferi-los e que os números têm fontes confiáveis.
Foco na vida real: a meta é traduzir a realidade de quem vive no Estado. A exemplo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o foco é nas pessoas, e não nas instituições ou no poder público.
Fácil compreensão: alguns índices utilizam tantas variáveis que fica difícil entendê-los. O iRS apresenta fórmula simples e foi feito para ser compreendido intuitivamente.
Qual é a escala?
Para obter um resultado comparável entre todos os Estados, foi criada uma escala de zero a um, baseada em patamares mínimos aceitáveis e metas de desenvolvimento. Quanto mais perto de um, mais próximo da meta. Quanto mais perto de zero, mais distante dela.
Por que os dados são de 2017?
O iRS avança até o ano dos dados mais recentes disponíveis para todas as variáveis. O atraso das estatísticas é um problema comum devido ao tempo de coleta, ao processamento e à divulgação das informações. O iRS busca utilizar as opções mais rápidas para reduzir ao máximo esse tempo.