Na quinta fileira da tabela periódica, com o número 41, está um metal que concentra expectativa e polêmica no país. O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, sendo responsável por cerca de 90% da produção.
Termo recorrente nas falas do presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos, o metal voltou a ganhar evidência na semana passada. Em live transmitida direto do Japão, o presidente da República elogiou novamente o nióbio, mostrando objetos produzidos com o material, defendendo seu potencial econômico.
O metal é usado, principalmente, na confecção de ligas metálicas de alta resistência, segundo o professor Antonio Shigueaki Takimi, membro do Departamento de Metalurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS):
— O nióbio é pouco utilizado em sua forma pura. Ele tem características muito parecidas com as de outros metais, como ferro e titânio. A gente pouco conhece o uso do nióbio como metal puro. O nióbio é normalmente usado em misturas, na formação de ligas.
O nióbio é defendido por Bolsonaro desde que ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados. Na corrida ao comando do Planalto, o então candidato não deixou o metal de fora de seu plano de governo, destacando que o país "deverá ser um centro mundial de pesquisa e desenvolvimento em grafeno e nióbio".
Apesar do entusiasmo do presidente, há dúvidas quanto ao potencial econômico da exploração do nióbio. Embora o Brasil concentre a vasta maioria das reservas conhecidas do minério, "a capacidade produtiva atual de todos os produtores de nióbio é mais de duas vezes maior que a demanda de mercado", segundo a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior exploradora mundial do produto.