O presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas na madrugada desta sexta-feira (7), antes de deixar a Argentina, que é favorável a estudos para a eventual implementação de uma moeda única, no futuro, entre Brasil e Argentina — a possibilidade foi aventada na quinta-feira (6) em reunião com empresários. A moeda teria o nome de "peso real".
— Houve um primeiro passo para o sonho de uma moeda única. Como aconteceu com o euro lá atrás, pode acontecer o peso real aqui — destacou o presidente.
Bolsonaro acrescentou que a proposta será analisada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes:
— Já falei para vocês que a economia não é meu forte, mas nós acreditamos no feeling, na bagagem, no conhecimento e no patriotismo do Paulo Guedes.
Questionado sobre se, com a moeda única, a Argentina ganharia e o Brasil teria de pagar um preço, o presidente afirmou:
— Não há dúvida de que em todo casamento alguém perde alguma coisa e ganha outras. Eu sou pelo casamento. Eu sou pela família tradicional.
Bolsonaro voltou a dizer que não foi a Buenos Aires para falar de política local, mas voltou a fazê-lo, expressando seu desejo de que Mauricio Macri vença as eleições de outubro no país.
— O que nós queremos é que na América do Sul ninguém mais flerte com o socialismo, com o comunismo, como infelizmente aconteceu com a nossa querida Venezuela. Eu quero dizer ao povo argentino que Deus os ilumine para decidir nas eleições de outubro — disse.
Indagado sobre sua fala no dia anterior, propondo um encontro dos países da América do Sul com o presidente norte-americano, Donald Trump, Bolsonaro comentou:
— Uma proposta embrionária. Nós vamos agora, via Itamaraty no Brasil, costurar isso aí. Essa possibilidade dos países aqui da América do Sul, alinhados com a centro-direita, conversarem com o Trump. Quem sabe a mesma agenda tratada comigo e ele nos EUA seja estendida agora para toda a América do Sul.
O presidente também foi questionado sobre a decisão do Supremo que definiu que para vender estatais seria necessária a aprovação do Congresso Nacional.
— As empresas mães, segundo o Supremo, passam pelo Parlamento. Não deixou de ser um avanço e digo parabéns para o Supremo Tribunal Federal que agiu com patriotismo, contrário a política anterior que havia no Brasil, nessas questões econômicas. O viés ideológico para se fazer negócios vai deixando de existir no Brasil — finalizou.
Bolsonaro deixou o hotel Alvear, no bairro da Recoleta, por volta das 6h, rumo ao Rio de Janeiro.