Em encontro com empresários no fim da tarde desta quinta-feira (6) em Buenos Aires, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, falaram sobre um plano ainda incipiente de criar uma moeda única para Brasil e Argentina. O tema já teria sido discutido com o ministro da Economia de Mauricio Macri e idealizador do plano, Nicolás Dujovne.
Desde a criação do Mercosul, os países do bloco mencionam a possibilidade da criação de uma moeda comum, mas nenhuma iniciativa nesse sentido foi concretizada por conta das diferenças de políticas cambiais dos membros.
Segundo a imprensa argentina, a moeda se chamaria "peso real". Neste momento, porém, os únicos que estariam negociando a nova moeda seriam Brasil e Argentina, deixando de fora, por enquanto, os outros membros do Mercosul (Uruguai e Paraguai).
Dujovne teria exposto aos brasileiros a necessidade de uma "unidade monetária" para auxiliar no relançamento do bloco com uma nova dinâmica, desejo já expressado por Bolsonaro e Macri.
Segundo fontes do governo argentino, o Brasil teria acolhido bem a ideia, mas manifestado que, antes, seria necessário avançar com relação à reforma da Previdência.
Nesta sexta (7) Bolsonaro comentou a possibilidade da criação de uma unidade monetária para os países.
— O Paulo Guedes nada mais fez do que dar um primeiro passo para um sonho de uma moeda única na região do Mercosul, o peso real. (...) Como aconteceu o euro lá atrás, pode acontecer o peso real aqui — afirmou.
O Banco Central brasileiro negou haver planos para uma moeda comum. Em nota, a instituição afirmou que "não tem projetos ou estudos em andamento para uma união monetária com a Argentina".