O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (25) que o governo espera uma economia de, no mínimo, R$ 800 bilhões com a aprovação da reforma da Previdência. A equipe econômica havia anunciado, inicialmente, que esperava uma economia de R$ 1 trilhão com a aprovação da proposta.
— É a previsão mínima, né? Da reforma da Previdência — disse ao ser questionado sobre um piso de economia de R$ 800 bilhões com a proposta.
Em café da manhã com jornalistas, nesta quinta, ele admitiu um valor menor e confirmou o piso enquanto voltava para seu gabinete após almoçar no bandejão do Palácio do Planalto. Questionado sobre quais serão as alterações que o governo aceita que sejam feitas no texto original da proposta, ele disse não saber:
— Não sei, não sei, quem vai decidir é o Parlamento — afirmou.
Também nesta quinta, o governo informou que uma eventual retirada de itens considerados mais difíceis de serem aprovados na reforma da Previdência permitiria uma economia de cerca de R$ 900 bilhões em dez anos.
Os cálculos foram revelados após a Folha de S.Paulo publicar, no domingo (21), reportagem em que mostrava que estudos e contas que embasaram a reforma da Previdência estavam sendo mantidos sob sigilo pelo Ministério da Economia.
As contas abertas nesta quinta mostram que, se a aposentadoria rural, o Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos miseráveis (BPC), o abono salarial e a previdência de professores forem retirados da proposta, o governo conseguiriam manter a meta de economizar, pelo menos, R$ 800 bilhões, como dito mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, "a fala do presidente foi no sentido de respeitar o Parlamento brasileiro".
Cabe ao Congresso examinar a proposta de reforma e fazer alterações no texto. O item que representaria maior renúncia seria a focalização do abono salarial, que, em uma década, significaria uma economia de R$ 169,4 bilhões. Com a aposentadoria rural, o governo pouparia R$ 92,4 bilhões no período, enquanto o BPC traria um alívio de R$ 34,8 bilhões.
Se abrir mão do tempo de contribuição de professores da iniciativa privada, a reforma seria desidratada em mais R$ 12 bilhões. O impacto dos professores do setor público não foi detalhado. Nos dados apresentados, o governo indicou apenas o valor total de R$ 224,5 bilhões no regime próprio de previdência da União.