Em assembleia ocorrida na manhã desta terça-feira (30), petroleiros do Rio Grande do Sul aprovaram estado de greve para a categoria. Chamado pelo Sindipetro-RS, o ato começou por volta das 7h30min, em frente Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, e durou cerca de uma hora. Conforme diretor o diretor do sindicato, o Dary Beck Filho, eram dois os objetivos principais do protesto: denunciar descumprimento de cláusulas do acordo coletivo de trabalho de 2017-2019 por parte das empresas Petrobras S.A e Transepto S.A, e se posicionar contra a possível privatização das refinarias no país.
— Ainda hoje (terça-feira) vamos informar a empresa formalmente sobre o estado de greve. A partir de agora, novos protestos devem andar conforme a resposta da empresa — afirma Beck Filho.
Segundo ele, aproximadamente 250 trabalhadores participaram da ação.
Em nota convocatória, o Sindipetro-RS pontuou que "a venda das refinarias é mais uma etapa para a privatização do Sistema Petrobras e um ataque à soberania nacional e a autonomia do País. A manifestação também tem o objetivo de denunciar os prejuízos para o Brasil com a política de preços de combustíveis adotada pela empresa". Em outro trecho do comunicado, a entidade destaca que "a Refap atende o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catariana e é esse mercado que estará sendo entregue a, praticamente, um monopólio privado. A atual política de preços (paridade internacional), implementada em 2016, só elevou os preços dos combustíveis. Desta forma, a privatização da Refap não vai gerar concorrência e deixará o povo gaúcho a mercê das especulações em torno do petróleo e do dólar".
— É mentira quando dizem que vai baixar o preço da gasolina — complementa Beck Filho.
Ainda segundo o diretor, o não cumprimento do acordo coletivo tem relação com questões de assistência médica e segurança.
Em 8 de maio, o sindicato deve participar, em Brasília, de uma atividade da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras.
A assessoria da Petrobras, por meio de nota, afirma que "o projeto de desinvestimento das refinarias, além do reposicionamento do portfólio em segmentos com maior vantagem competitiva e rentabilidade, possibilitará dar maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil, em linha com o posicionamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e recomendações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)". Sobre as reclamações trabalhistas, a estatal deve se posicionar em breve.