A Páscoa deve ter sabor mais doce neste ano para segmentos do comércio e da indústria no Rio Grande do Sul. Lideranças empresariais avaliam que as vendas relacionadas à data tendem a subir até 10% em relação a 2018. Além de chocolates, roupas e brinquedos também são apontados como itens que devem se destacar nas vitrines.
Um dos ingredientes que explicam a projeção otimista é o fato de a Páscoa ser celebrada mais tarde neste ano, em 21 de abril. Com a data mais distante do verão, a expectativa de empresários é de que temperaturas mais baixas (ou não tão altas) estimulem o consumo de chocolates. Em 2018, o calendário havia reservado o dia 1º de abril para o evento.
— O tempo para trabalhar a data será maior. Isso certamente ajudará. Houve anos em que a Páscoa foi em março. Comprar chocolates com 35ºC não é uma tarefa tão gostosa assim — afirma o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Ricardo Luís Diedrich.
Segundo o empresário, as vendas do comércio relacionadas à data devem avançar de 8% a 10% frente ao ano passado. Caso a projeção se confirme, o resultado será o melhor para o setor gaúcho desde 2014, diz Diedrich.
Na Serra, fabricantes de chocolates caseiros também se preparam para atender à previsão de alta na demanda. Presidente da Achoco, que representa as empresas do setor em Gramado, Altanísio Ferreira de Lima estima crescimento de 8% a 10% nas vendas frente a 2018, depois de "período de dificuldades" causado pela recessão.
— A Páscoa, que terá uma data melhor em abril, costuma sinalizar se o ano será bom ou ruim para nosso setor. Passamos por dificuldades durante a recessão, mas hoje sentimos que as pessoas já estão fazendo compras mais volumosas em Gramado — argumenta Lima, que também é sócio-fundador da empresa Chocolate Gramadense.
No município da Serra, os trabalhos de produção para a Páscoa começaram na segunda quinzena de novembro e devem se estender até as vésperas do evento em abril. Além da expectativa de avanço nas vendas de chocolates, a Páscoa também provocou estímulo a contratações de funcionários temporários neste ano, acrescenta Lima. Conforme o empresário, as fabricantes registraram avanço médio de 10% nas admissões frente a 2018.
— As empresas começam o planejamento para a Páscoa assim que termina a produção de Natal, em novembro. A expectativa para este ano é bem positiva — observa.
No varejo gaúcho, apesar da projeção de alta nas vendas, o evento não tende a causar grande evolução nas contratações de temporários. Dentro do setor, apenas segmentos especializados, como o de lojas de chocolates, devem apresentar aumentos nas admissões, projeta a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS).
De acordo com a entidade, seguindo a "lógica evolutiva dos últimos anos", o tíquete médio dos consumidores para compras de Páscoa subirá para cerca de R$ 145. A FCDL-RS ainda estima que, além de chocolates, itens como roupas infantis e brinquedos devem se destacar na data, com altas respectivas de 10% e 8% na comparação com o ano passado.
Nos próximos dias, outras entidades empresariais do Estado deverão apresentar suas projeções para o evento. A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) afirma que terá os dados de pesquisa finalizados até o próximo domingo (10). A Fecomércio-RS disponibilizará seu levantamento em 21 de março.
Páscoa em números
- A Chocofest, que deve ser realizada em Nova Petrópolis, na Serra, projeta receber cerca de 150 mil visitantes entre 11 e 21 de abril. Assim como na edição do ano passado (foto abaixo), estão previstas atividades como desfiles em alusão à Páscoa.
- No próximo dia 12, a organização do evento selecionará profissionais para ocupar cerca de 100 vagas de trabalho temporário.
- O tíquete médio dos consumidores para compras relacionadas à Páscoa ficará em torno de R$ 145 neste ano no Rio Grande do Sul, estima a FCDL-RS. Em 2018, a entidade projetava que seria de R$ 135.
- Com base em informações de anos anteriores, a FCDL-RS calcula que o preço médio do quilo do chocolate em barra é de R$ 54, enquanto que o do ovo de Páscoa alcança cerca de R$ 320.