Pouco antes da Páscoa, a coluna foi buscar explicações para a famosa diferença de preço entre a barra e o ovo de chocolate. Segundo pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o custo do produto tradicional da data engordou neste ano, em média, 8,5% no Estado (gráfico abaixo).
Sócio-diretor da GS&Consult, especializada em varejo, Jean Rebetez diz que o preço mais pesado dos ovos de chocolate tem relação à tendência que ganhou força nos últimos cinco anos no país: a gourmetização. O especialista lembra que, além do símbolo que representam, os produtos carregam ingredientes que chamam atenção:
– Quando as marcas acrescentam brindes e pingos de nozes crocantes, por exemplo, agregam custo e preço – ilustra.
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Presidente da Abicab, que reúne indústrias do segmento no país, Ubiracy Fonseca afirma que a diferença começa na produção. As empresas, conta, iniciam a preparação para a Páscoa até seis meses antes. Neste ano, contrataram 25 mil funcionários temporários no Brasil, conforme a entidade.
– Ovo de Páscoa é um presente. Não é produto de linha. É preciso guardá-los em ambiente climatizado. Um caminhão transporta muitos tabletes de uma só vez. Os ovos de Páscoa ocupam três vezes mais espaço – comenta Fonseca.
No Estado, os supermercados devem vender 6,6 milhões de unidades do produto até o próximo domingo, segundo a Agas. Se confirmado, o resultado representará queda de 12% em relação a 2015. A entidade projeta alta nas vendas de barras de chocolate (11,6%) e caixas de bombons (3,6%).