A Boeing suspendeu na quinta-feira (14) as entregas de seu modelo mais vendido, o 737 Max. A aeronave está proibida de voar na maioria dos países, incluindo no Brasil, após um acidente da Ethiopian Airlines no domingo (10), que matou as 157 pessoas a bordo. Foi o segundo acidente com o modelo em cinco meses.
Desde segunda-feira (11), a fabricante perdeu US$ 27 bilhões em valor de mercado. Companhias aéreas, especialistas da indústria aeronáutica e financistas disseram que, embora a proibição teoricamente não impeça algumas entregas domésticas, a maioria das companhias aéreas evitará que uma aeronave banida esteja em atividade após dois acidentes em cinco meses.
Em operação
Apesar do congelamento da entrega, a Boeing continuará produzindo os 737 e planeja acelerar a produção novamente me junho. A companhia fabrica 52 aeronaves por mês e sua versão mais recente, a Max, representa a maior parte da produção. A Boeing se recusou a divulgar números exatos.
A companhia planejava aumentar a produção para 57 aviões por mês. A Boeing tem 4.636 encomendas desse tipo de aeronave.
— Continuaremos construindo os 737 Max, enquanto avaliamos como a situação, incluindo as potenciais limitações de capacidade, terá impacto em nosso sistema produtivo — afirmou Chaz Bickers, porta-voz da empresa.
Os fabricantes evitam parar e, em seguida, retomar a produção, pois isso perturba as cadeias de suprimento e pode causar problemas industriais. Mas manter aviões armazenados aumenta gastos com estoque.
Cada mês em solo poderia custar à Boeing cerca de US$ 1,8 bilhão a 2,5 bilhões em receita, segundo estimativas de analistas, embora isso possa ser recuperado assim que a proibição for suspensa.
A decisão de suspender a entrega aconteceu um dia depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspender todos os voos do modelo no espaço aéreo norte-americano, seguindo a decisão de outros 50 países. No Brasil, a Gol havia antecipado a determinação e suspendido os voos.