A companhia Ethiopian Arlines anunciou nesta segunda-feira (11) que foram recuperadas as duas caixas-pretas de seu Boeing 737 MAX 8 que caiu no domingo (10) ao sudeste de Adis Abeba, capital do país. O acidente deixou 157 mortos. Um dos equipamentos guarda os dados técnicos do voo e o outro registra as conversas da cabine.
O voo ET 302 deixou o aeroporto de Bole, em Adis Abeba, às 8h38min de domingo, horário local, rumo a Nairóbi (Quênia). O avião perdeu contato com a torre de controle seis minutos depois, às 8h44min. O piloto relatou dificuldades e pediu permissão para retornar.
"Dados da rede Flightradar24 ADS-B mostram que a velocidade vertical ficou instável depois da decolagem", informou a organização de rastreamento de voos baseada na Suécia em seu Twitter.
O avião caiu perto da cidade de Bishoftu, a 62 quilômetros a sudeste da capital da Etiópia. Não houve sobreviventes.
Havia 149 passageiros e oito tripulantes a bordo. Cidadãos de 35 nacionalidades se encontravam na aeronave, entre os quais 32 quenianos, 18 canadenses, nove etíopes, oito italianos, oito norte-americanos e oito chineses.
A aeronave era um Boeing 737 MAX 8, o mesmo avião que caiu na Indonésia em outubro de 2018, matando 189 pessoas, no que foi o primeiro acidente com este modelo.
O Boeing 737 MAX 8 tem 210 assentos. É a última versão das aeronaves da família 737, o avião comercial mais vendido do mundo e um dos mais confiáveis da indústria. Em relação a modelos anteriores, o MAX 8 usa o combustível de maneira mais eficiente e faz menos barulho. Seu primeiro voo foi em janeiro de 2016.
Até janeiro deste ano, o site da fabricante registrava mais de 5 mil pedidos do modelo, realizados por companhias aéreas como Air China e Aerolineas Argentinas. Trezentos e cinquenta aeronaves já foram entregues. O MAX 8 é usado sobretudo para voos de curta e média distância.
No Brasil, apenas a Gol utiliza esse modelo e conta com sete unidades em operação. A empresa encomendou ao todo 135 aeronaves do modelo, com entrega prevista até 2028.
Nesta segunda-feira (11), China e Indonésia ordenaram às empresas aéreas que deixem de voar com este modelo de aeronave até segunda ordem.