O Boeing 737 MAX 8, modelo que caiu no domingo, na Etiópia, e matou as 157 pessoas a bordo, teve pousos e decolagens proibidos no Brasil. A determinação foi anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na noite desta quarta-feira (13). Mais cedo, decisão idêntica foi tomada pelos Estados Unidos. Nos últimos dias, pelo menos 40 países suspenderam a utilização do modelo.
Conforme o órgão regulador, a diretriz deve ser cumprida imediatamente. “Após o acidente com a aeronave operada pela Ethiopian Airlines, a Anac manteve contato com a Federal Aviation Administration (FAA, que cuida da regulação nos EUA), com a fabricante da aeronave e com as empresas que operam o modelo no Brasil, além de acompanhar atentamente as investigações do acidente, o que motivou a decisão divulgada hoje”, informou a agência brasileira.
No Brasil, só a Gol voava com o Boeing 737 MAX 8. A companhia já havia adotado a suspensão temporária das operações desse modelo na segunda-feira. A empresa mantinha sete aeronaves que atuavam em rotas para os EUA, América do Sul e Caribe. Segundo a Gol, clientes serão comunicados e reacomodados em outros voos.
Nos Estados Unidos, o anúncio da suspensão foi feito presidente Donald Trump. Segundo ele, todos os modelos da família MAX estão com operações vetadas.
Antes da declaração de Trump, o governo canadense havia anunciado a proibição de pousos, decolagens e entrada em seu espaço aéreo de aviões Boeing 737 MAX 8 e 9. O ministro dos Transportes do Canadá, Marc Garneau, disse que novos dados obtidos por rastreamento via satélite sugerem similaridades entre os dois acidentes fatais com o avião. Além do ocorrido no domingo, aeronave do mesmo modelo, da Lion Air, havia caído pouco depois de decolar de Jacarta, na Indonésia, em outubro de 2018 – todos os 189 ocupantes morreram.
— Não é conclusivo, mas há algo que aponta nesta direção (da similaridade entre os acidentes) e sentimos que um limite foi cruzado. Por isso, estamos tomando essas medidas — afirmou Garneau.
A Boeing, cuja sede fica em Chicago, nos EUA, reafirmou “total confiança” na segurança do 737 MAX 8 e trabalha com as autoridades americanas para melhorar o software de controle que ajuda a manter o avião no ar.