As 189 pessoas a bordo de um Boeing 737 da companhia indonésia Lion Air, que caiu nesta segunda-feira no mar depois de decolar de Jacarta, estão "provavelmente" mortas, anunciaram as equipes de resgate.
Os socorristas encontraram "pedaços de corpos que não estavam intactos, e isto aconteceu há várias horas, portanto é provável que as 189 pessoas estejam mortas", afirmou Bambang Suryo Aji, diretor de operações dos serviços de regate da Indonésia.
Ao menos 150 socorristas foram deslocados para o local do acidente na segunda-feira para encontrar vítimas e restos da aeronave, que se encontra a 30 ou 40 metros de profundidade. Eles continuarão a busca durante a noite, acrescentou.
O ex-ciclista italiano Andrea Manfredi, de 26 anos, se encontrava entre os passageiros do voo, indicou o ministério italiano das Relações Exteriores.
Deixa "a lembrança de um homem apaixonado pelo esporte", declarou em comunicado sua antiga equipe, Bardiani CSF.
A aeronave, um Boeing 737 MAX da companhia de baixo custo Lion Air, pediu para retornar ao aeroporto da capital indonésia pouco antes de perder contato com a torre de controle aéreo, às 6H30 (20H30 de Brasília, domingo). O avião seguia para Pangkal Pinang, uma cidade da ilha de Bangka, perto de Sumatra.
"O avião caiu no mar", declarou à AFP Yusuf Latif, porta-voz da agência responsável pelas buscas.
O presidente da companhia aérea, Edward Sirait, informou que o Boeing havia passado por reparos após um problema técnico recentemente.
"O avião foi consertado na ilha de Bali e depois voou para Jacarta", declarou Sirait. "Os técnicos em Jacarta receberam um aviso e fizeram um reparo antes da decolagem para Pangkal Pinai", seu destino no momento do acidente, completou.
Sindu Rahayu, diretor geral da aviação civil no ministério dos Transportes, anunciou em outro comunicado que o avião transportava 178 passageiros adultos, uma criança e dois bebês, além de dois pilotos e seis integrantes da tripulação. As autoridades não informaram se havia estrangeiros a bordo.
"O avião solicitou para voltar a sua origem antes de desaparecer dos radares", declarou Rahayu.
O portal de acompanhamento de voos Flightradar mostra em um mapa a trajetória do Boeing 737 Max 8, que, depois de decolar no sentido sudoeste, gira para o sul e depois para o nordeste, antes de parar bruscamente sobre o mar de Java.
Imagens dos destroços do avião e de pedaços de telefones celulares foram publicadas no Twitter pelo porta-voz da agência de gestão de catástrofes, Sutopo Purwo Nugroho.
Famílias desesperadas aguardavam informações no aeroporto de Pangkal Pinang.
- Outros acidentes -
A Indonésia, um arquipélago do sudeste asiático com 17.000 ilhas e ilhotas, é muito dependente do transporte aéreo, e os acidentes são frequentes.
Um adolescente de 12 anos sobreviveu em agosto a um acidente que deixou oito mortos em uma zona montanhosa da província remota de Papua.
Em dezembro de 2016, 13 pessoas morreram na queda de um avião militar em Timika, também em Papua.
Em agosto de 2015, um ATR 42-300 da companhia indonésia Trigana Air, que transportava 44 passageiros adultos, cinco crianças e cinco integrantes da tripulação, todos indonésios, caiu nas montanhas Bintang. Ninguém sobreviveu à tragédia.
A Lion Air já sofreu vários incidentes.
Em agosto de 2017, um Boeing da empresa danificou uma asa de um ATR-72 da companhia Wings Air que aguardava para decolar no aeroporto internacional de Kualanamu, em Medan, terceira maior cidade do país.
Em maio de 2016, dois aviões do grupo Lion Air colidiram na pista do aeroporto de Soekarno-Hatta, na periferia de Jacarta.
Em abril de 2013, um Boeing da empresa não conseguiu pousar na pista do aeroporto internacional de Denpasar, em Bali, e caiu no mar. As 108 pessoas a bordo sobreviveram no incidente que deixou 40 feridos.
A Lion Air é uma filial do Lion Group, que possui mais quatro companhias: Wings Air e Batik Air na Indonésia, Malindo Air na Malásia e Thai Lion Air na Tailândia.
* AFP