A Gol suspendeu a operação de suas sete aeronaves Boeing 737 MAX 8 nesta segunda-feira (11), após um acidente envolvendo a queda de avião de mesmo modelo na Etiópia matar todas as 157 pessoas a bordo no domingo (10).
"Sendo segurança o valor número um da GOL, que direciona absolutamente todas as iniciativas da empresa, a companhia informa que por liberalidade, a partir das 20h horas de hoje, suspenderá temporariamente as operações comerciais das suas aeronaves 737 Max 8", anunciou a companhia, em nota.
O Procon-SP anunciou nesta segunda-feira (11) que pediria a suspensão imediata dos voos 737 MAX 8 da Gol. Segundo a entidade, o pedido visa prevenir a ocorrência de futuros acidentes, evitando colocar em risco a vida dos usuários do transporte aéreo. As ações da Gol fecharam em baixa de 1,21%.
O Boeing 737 MAX é a principal aeronave da recente expansão internacional da Gol. Com 135 encomendas — dos modelos MAX 8 e 10 — a companhia é a única brasileira a operar essa versão atualizada do avião comercial mais vendido da história.
A primeira unidade foi recebida pela Gol em junho de 2018. Atualmente, sete já estão em operação, basicamente em rotas internacionais. O plano da Gol era concluir até 2028 a renovação de toda sua frota dos atuais 737, fabricados nos anos 1990 e 2000.
No domingo, uma aeronave do modelo MAX 8, operada pela Ethiopian Airlines, caiu minutos depois de decolar da capital etíope Addis Ababa. O voo seguia para Nairóbi. Em outubro do ano passado, o mesmo modelo, desta ver operado pela Lion Air, caiu na costa da Indonésia e matou as 189 pessoas que estavam na viagem.
Após a coincidência entre os dois acidentes, o regulador da indústria de aviação da China (CAA) proibiu nesta segunda-feira (11) voos de quase cem aeronaves Boeing 737 MAX 8 operados pelas companhias aéreas na China. Autoridades da Indonésia fizeram o mesmo.
A suspensão do 737 MAX 8 abre três opções economicamente difíceis para a Gol, já que seus atuais 737-800 não têm autonomia para fazer os voos de Brasília para Miami e Orlando, nos EUA. No cenário mais drástico, as rotas seriam suspensas. Para mantê-las, a Gol teria de optar por uma escala técnica em Manaus ou pelo arrendamento de aeronaves com o alcance necessário de voo.
A Latam recentemente se viu obrigada a arrendar Boeings 777 e 747 da espanhola Wamos Air para substituir os 787 que ficaram em solo em meio às apurações de falha nos motores Rolls-Royce.