O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ter "certeza de que existe dentro do Congresso Nacional uma maioria simples pronta para aprovar qualquer coisa relativa a militares". A fala ocorre após sinalizações de parlamentares de que a reforma da Previdência só tramitaria depois que o texto que muda as regras também para militares fosse encaminhado — o projeto de lei só deve ser encaminhado ao Legislativo em 30 dias. A declaração foi dada em entrevista à BBC, publicada nesta sexta-feira (22).
Mourão justificou que a tramitação é muito mais rápida no caso dos militares porque, para isso, é necessário apenas um projeto de lei, que requer maioria simples dos votos. No caso da reforma da Previdência para alterar as regras para trabalhadores privados e servidores públicos, é necessário uma emenda à Constituição, na forma de uma PEC. Ela exige 3/5 do quórum para ser aprovada, ou seja, 308 votos na Câmara.
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Mourão afirmou que o projeto de lei ainda não foi encaminhado ao Congresso porque está sendo "trabalhado juridicamente".
— Tem que mexer em cinco leis. Tem que mexer na lei de promoção de oficiais, na lei de promoção de praças, na lei de remuneração, no estatuto dos militares. Não é pura e simplesmente chegar e dizer "agora passa a ter 35 anos de serviço". Tem que reescalonar a carreira, tem que mudar interstícios de promoção, leva um pouco mais de tempo para preparar — disse.
Na entrevista, ele ainda afirmou que a interferência dos filhos de Jair Bolsonaro no governo tende naturalmente a diminuir.
— Acho que, com o passar do tempo, cada um vai entender o tamanho da cadeira que eles têm. E vão se dedicar mais às funções legislativas para as quais foram eleitos — disse.
Em relação a Carlos Bolsonaro, cuja indisposição pública com Gustavo Bebianno acabou na demissão do ministro, na semana passada, Mourão afirmou que o vereador estaria ainda "na vibe da campanha":
— Ele ainda está nessa. Isso vai passar. Ele está na vibe da campanha, isso vai diminuir.