Enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, ignorou a reforma da Previdência no discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tratou de transmitir uma mensagem forte aos investidores em encontro promovido pelo Itaú Unibanco. Guedes afirmou que haverá consenso no Congresso para aprovar a proposta de emenda constitucional.
Para rebater a preocupação dos investidores com o risco de o Congresso travar a aprovação da reforma, Guedes colocou suas fichas numa frente ampla de governadores para apoiá-lo.
Investidores que estiveram no almoço organizado pelo banco brasileiro comentaram que a palestra de Guedes "foi um show".
— Durante 90 minutos, ele narrou com maestria os planos para a economia. Foi animador — disse um banqueiro, que também assistiu o discurso de Bolsonaro.
Na semana passada, assessores do governo, em Brasília, citavam o compromisso com a aprovação da reforma da Previdência como trunfo a ser usado por Bolsonaro no discurso inaugural de Davos.
A expectativa agora se volta para a entrevista que o ministro da Economia dará na quarta-feira, no centro de mídia do Fórum. Até lá, segundo assessores, Guedes vai falar sobre reuniões bilaterais que estão na sua agenda em Davos. A explicação do governo é que há uma recomendação do Fórum para Guedes não fale antes da coletiva oficial.
No discurso, Bolsonaro citou os ministros Guedes, Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Sobre Guedes, Bolsonaro disse que a equipe econômica colocará o Brasil no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios no mundo.