Apesar de afirmar que teve prejuízo "significativo" entre 2016 e 2018 no Brasil, a GM segue como líder no setor nacional de automóveis.
No ano passado, a montadora vendeu 389,5 mil unidades no país, o que garantiu à empresa 18,53% de participação no mercado. Por causa do tamanho da operação, Antônio Jorge Martins, coordenador acadêmico de cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas (FGV), considera "difícil" a companhia deixar o Brasil.
O analista argumenta que, depois de a recessão provocar freada nos negócios, o nível de vendas ainda não retomou o patamar anterior à crise econômica. Ou seja, há espaço para crescimento.
– É difícil para uma empresa como a GM se afastar de um mercado com o potencial do brasileiro. O que as companhias precisam fazer é buscar eficiência para não gerar prejuízo. A redução de custos pode ocorrer com baixa de gastos com matérias-primas e mão de obra, além de eventual corte de impostos – menciona.
Mudanças significativas no mercado automotivo
Martins ressalta que a recente crise econômica atingiu todo o setor, e não apenas a GM. Além disso, o especialista menciona que, a partir dos anos 2000, houve elevação no grau de competitividade no país. O movimento, segundo Martins, forçou as montadoras a promoverem mudanças de maneira mais acelerada em seus modelos.
– Durante décadas, o Brasil teve apenas quatro grandes montadoras. Do final dos anos 1990 em diante, o número passou a aumentar. Houve mudanças significativas no contexto do mercado. As empresas sentiram de maneira diferente essas transformações, porque o tempo de maturação dos projetos de cada uma é diferente – avaliou Martins.