O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), disse, em entrevista à TV Bandeirantes, nesta segunda-feira (5), que pretende mudar a forma como se calcula oficialmente o número de desempregados no Brasil.
— Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterada no Brasil. O que está aí é uma farsa. Quem recebe Bolsa Família é tido como empregado, quem não procura emprego há mais de um ano é tido como empregado, quem recebe seguro-desemprego é tido como empregado. Temos que ter uma taxa não de desempregados, e sim de empregados. Não tem dificuldade para ter isso aí e mostrar a realidade para o Brasil — afirmou, sem citar especificamente o IBGE.
Bolsonaro respondia a uma pergunta sobre os últimos dados do IBGE referentes à contínua queda do desemprego. No dia 30 de outubro, o instituto afirmou que a taxa caiu para 11,9% no Brasil, atingindo 12,5 milhões de pessoas. O número de pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) ficou estável em relação ao trimestre anterior, se mantendo no patamar recorde (4,8 milhões). Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, porém, houve alta de 12,6%.
Ao falar especificamente sobre o benefício do Bolsa Família, Bolsonaro reafirmou que não pretende cancelar os pagamentos, o que seria uma "desumanidade", mas reiterou que "tem que ter uma nova forma de cadastramento", apesar da dificuldade de se fazer auditorias.
— Tem cidades em que 95% da população recebe Bolsa Família —declarou, criticando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele não citou quais seriam as cidades onde isso acontece.
Sobre sua saúde, ele disse que a partir do dia 12 de dezembro, quando será internado para uma nova cirurgia, para retirada de sua bolsa de colostomia, será submetido a uma semana de convalescença hospitalar. Ele brincou ao declarar que entre o Natal e o Ano-Novo espera poder mergulhar no mar.