Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, de 2018 e 2019. O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (1º) pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 4,28% para elevação de 4,30%. Há um mês, estava em 4,16%. A projeção para o índice em 2019 foi de 4,18% para 4,20%. Quatro semanas atrás, estava em 4,11%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2020, que seguiu em 4%. No caso de 2021, a expectativa continuou em 3,97%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 4,00% e 3,92%, nesta ordem.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está dentro da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). Já a meta de 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
Na semana passada, o BC atualizou suas projeções para os índices de preços, com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No cenário de mercado, que utiliza o câmbio e os juros projetados no Focus como referência, a expectativa para o IPCA em 2018 é de 4,1%. Para 2019, a projeção é de 4,0% e, para 2020, de 3,6%. No caso de 2021, a projeção do BC é de 3,8%.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 foi de 4,38% para 4,43%. Para 2019, a estimativa do Top 5 passou de 4,10% para 4,22%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,14% e 4,17%, respectivamente.
No caso de 2020, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 4,00%, valor igual ao verificado há um mês. A projeção para 2021 no Top 5 seguiu em 3,75%, também igual ao visto um mês atrás.
Últimos cinco dias úteis
A projeção mediana para o IPCA 2018 atualizada com base nos últimos cinco dias úteis passou de 4,32% para 4,28%. Houve 31 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 4,18%.
No caso de 2019, a projeção do IPCA dos últimos cinco dias úteis passou de 4,19% para 4,17%. Há um mês, estava em 4,05%.
As projeções do IPCA que consideram apenas os últimos cinco dias úteis são uma das novidades do novo formato do Boletim Focus. As estimativas gerais do IPCA, que seguem fazendo parte do Focus, levam em conta os últimos 30 dias. Conforme o BC, a intenção de divulgar projeções com base nos últimos dias úteis tem como objetivo mostrar um retrato mais tempestivo do indicador de inflação.
Inflação em setembro
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para a inflação em setembro de 2018, de 0,40% para 0,41%. Para outubro, a projeção do Focus foi de 0,35% para 0,37% e, para novembro, permaneceu em 0,30%. Há um mês, os porcentuais eram de 0,30% para ambos os meses.
No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,04% para 4,01% de uma semana para outra - há um mês, estava em 3,75%.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou nesta manhã alteração na projeção para os preços administrados em 2018. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de alta de 7,50% para elevação de 7,60%. Para 2019, a mediana seguiu com elevação de 4,80%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,20% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,77% no próximo ano.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 7,7% em 2018 e 5,4% em 2019. Estes porcentuais foram informados no Relatório Trimestral de Inflação divulgado na semana passada.
IGP-M
O relatório do BC também mostrou que a mediana das projeções para a alta do IGP-M em 2018 passou de 8,86% para 9,60%. Há um mês, estava em 8,24%. No caso de 2019, a alta do IGP-M projetada foi de 4,49% para 4,50%, ante 4,49% de quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.