O governo federal planeja privatizar a Infraero, transferindo toda a administração da estatal para o setor privado. Segundo o jornal O Globo, o modelo de concessão seria utilizado no processo após realização de leilão. O novo concessionário poderá explorar o serviço público por um prazo de 30 anos mediante contrapartidas, como mudança de CNPJ e transferência total de funcionários.
A União pretende vender pelo menos 51% de toda a Infraero, podendo chegar a 80%, o que poderia gerar receita extraordinária entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. O principal atrativo para os interessados no negócio seria o aeroporto de Congonhas (SP).
A privatização, que já era defendido pela equipe econômica, mas enfrentava resistência de parte do governo e da Infraero, foi discutida pela estatal e pela Secretaria de Estatais (Sest) em reunião na sexta-feira (6). A Sest teria apoiado a proposta.
Segundo a proposta, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) seria responsável por fiscalizar o contrato, os investimentos previstos e a qualidade do serviço prestado e pontos relacionados a tarifas. Agora, após a reunião, o modelo será encaminhado aos ministros responsáveis pelo setor e incluído no Plano Nacional de Desestatização (PND).
Segundo a publicação, a redução de gastos para a União com funcionários da Infraero seria um dos atrativos da privatização. O governo também defende que a Infraero ficará totalmente dependente da União dentro de um ano e meio caso nada seja feito em relação à estatal.
A Infraero é responsável por 54 terminais. Além de Congonhas, são administrados pela estatal o aeroporto Santos Dumont e os complexos de Belém, de Manaus, de Curitiba e de Goiânia, entre outros.