A indústria de Caxias do Sul voltou a apresentar números positivos em fevereiro e foi o único setor com crescimento na comparação com o mês anterior. Apesar do comércio e dos serviços terem registrado quedas nesse indicador, a situação da indústria, que é motor da economia caxiense, alimenta o otimismo entre especialistas.
Em fevereiro, a economia fechou com queda de 4,1% na comparação com o primeiro mês do ano. No comércio, a queda foi de 4,3% e nos serviços de 13,8%. A indústria, no entanto, cresceu 1,3%. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (4), pela Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
O assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, destaca que a relevância da indústria de Caxias faz com os outros setores também projetem bons cenários. Além disso, outros indicadores apontam motivos para expectativas positivas. No acumulado de 12 meses, que mostra a evolução a longo prazo, todos os setores expandiram, fazendo com que o índice geral ficasse em 8,7%.
Outro aspecto é que os especialistas já esperavam quedas no comércio e no serviços em fevereiro. O entendimento é que o mês mais curto, com 28 dias, e o Carnaval colaboram para isso.
O presidente da CDL, Ivonei Pioner, explica ainda que a movimentação na cidade foi baixa no primeiro bimestre do ano porque os sinais de melhora da economia fizeram muitos moradores de Caxias viajarem no período de férias. Ele cita ainda que os índices do comércio sentem o impacto da diminuição de empregos nos últimos anos, que reduz o poder de compra dos consumidores.
Outro ponto é que muitos desempregados acabaram no mercado informal, vendendo produtos que deixam de ser comprados do comércio legalizado. Mesmo assim, a expectativa é de que março seja melhor, com o retorno dos períodos de férias e também devido à Páscoa.
Na indústria, as duas maiores empresas de Caxias do Sul, Marcopolo e Randon, devem contratar mais 500 funcionários até a metade do ano. A projeção foi apresentada por Carlos Zignani, do departamento de economia e estatística da CIC.
— A indústria está muito otimista — afirma.
Entre os motivos, ele cita a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a queda na taxa de juros que permite investimentos e a inflação baixa. Zignani afirma ainda que o ano eleitoral costuma fazer com que as movimentações políticas sejam no sentido de favorecer a economia. Diante disso, a expectativa dele é de crescimento entre 15% e 20% para a indústria no ano.