O Ministério da Agricultura suspendeu as atividades de três unidades da BRF nesta segunda-feira (5), após a deflagração da 3ª fase da Operação Carne Fraca, intitulada Trapaça. As plantas de Rio Verde (GO), Curitiba (PR) e Mineiros (GO) foram interditadas, e suas exportações de carne de frango foram paralisadas preventivamente.
A partir de agora, elas estão proibidas de realizar envios para os 12 países que têm o nível de exigência maior sobre a presença de salmonela. Em março do ano passado, a produção da cidade de Mineiros (GO) já havia sido embargada durante a mesma operação.
O clima era de desespero entre os produtores de peru e frango do município, que abastecem o complexo frigorífico da BRF Perdigão. As granjas da região chegaram a acumular um total de 300 mil perus em situação de abate por conta do fechamento.
O caso
Nesta segunda-feira, com a ajuda de documentos obtidos por meio de uma ação trabalhista, investigadores da Polícia Federal (PF) denunciaram que a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, adulterava resultados de análises relativas à presença de salmonela em seus produtos.
O objetivo era burlar a fiscalização sanitária e continuar exportando para destinos que têm uma tolerância menor à presença da bactéria na proteína, afirmaram delegados e representantes do Ministério da Agricultura, durante coletiva sobre a 3ª fase da Operação Carne Fraca.
A salmonela, comum em carnes, é permitida para comercialização até determinados níveis e não é necessariamente nociva à saúde se a carne for cozida adequadamente. Porém, 12 importadores têm uma exigência mais elevada em relação à presença da bactéria.
Estes mercados colocam isso como requisito de restrição para a compra do produto e podem devolver os lotes, caso o nível não seja atendido. Entre os destinos, estão União Europeia, China, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Rússia e África do Sul.