Com cada vez mais gente de peso apontando o dedo para a concentração no mercado bancário – o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga –, o inquérito aberto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Santander é mais um elemento de pressão contra os "cinco grandes".
O objetivo é apurar denúncia feita pelo Nubank, serviço focado em cartão de crédito que oferece juros menores, de que os bancões estariam prejudicando a livre concorrência.
Além do caso específico da Nubank, os bancos estão sendo pressionados diante do óbvio descompasso entre a redução do juro básico e das taxas cobradas de clientes. Enquanto o Banco Central já cortou a referência em mais de 50%, no mercado o recuo ficou pouco acima de 14% para pessoas físicas e pouco acima de 15% para empresas.
Conforme informações do Estadão Conteúdo, a fintech alega que os bancos impediriam que os usuários do Nubank colocassem o pagamento das faturas em débito automático. Foi para driblar essa prática que a empresa testa a NuConta, conta bancária 100% digital, ainda sem lançamento previsto no mercado.
A empresa fundada pelo colombiano David Vélez ainda aponta conluio para atrapalhar o Nubank e assédio a funcionários estratégicos.
Em nota, o Nubank afirmou confiar "que as autoridades reguladoras continuarão a proteger e a estimular a competitividade no setor, garantindo que novos entrantes continuarão a ter espaço para inovar e oferecer mais e melhores opções para as pessoas".
O Banco do Brasil informa ter prestado "todos os esclarecimentos ao Cade" e nega práticas anticoncorrenciais. O Itaú também nega criação de barreiras e sustenta defender a livre concorrência. O Bradesco não quis comentar. Caixa e Santander não se manifestaram.