Pelo quinto mês seguido, o mercado formal de trabalho do país teve resultado positivo de geração de vagas. Em agosto, o Brasil criou 35.457 empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Ministério do Trabalho divulgou a informação nesta quinta-feira (21).
O número é fruto da abertura de 1.254.951 postos e do fechamento de outros 1.219.494. Esse foi o primeiro resultado positivo em agosto desde 2014. Na época, o país havia aberto 101.425 vagas.
– Não é cedo para falar que o pior da crise ficou para trás. Há sinais que mostram recuperação no mercado de trabalho – avalia Mauro Rochlin, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Entre os setores, o maior resultado positivo foi o de serviços, com geração de 23.299 postos de trabalho em agosto. Em seguida, aparecem indústria de transformação, com abertura de 12.873 empregos, e comércio, que criou 10.721. Na contramão, o maior saldo negativo foi registrado pela agropecuária. Segundo o Caged, o campo fechou 12.412 vagas no oitavo mês do ano.
– A situação não é maravilhosa, mas vários setores começam a mostrar números positivos. De certa maneira, o avanço em agosto tem relação com questões sazonais. Na indústria, por exemplo, há expectativa de abertura de vagas por conta de datas do segundo semestre, como o Natal. A agropecuária teve queda porque o grosso da safra já foi colhido – comenta Rochlin.
No ano, o país acumula saldo positivo de geração de 163.417 empregos. Mesmo assim, nos últimos 12 meses, o resultado é negativo, com fechamento de 544.658 postos de trabalho.
– Daqui para frente, devemos ter mais números positivos porque há questões sazonais que ajudam no segundo semestre. A indústria e serviços tendem a abrir mais vagas. O país atravessa momento melhor porque o pior da crise ficou para trás. Os resultados positivos são mais consistentes – afirma o especialista.
Em agosto, o Rio Grande do Sul andou no sentido inverso ao do Brasil. Conforme o Caged, o Estado fechou 1.375 vagas com carteira assinada.