Secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes afirma que, se o Estado não receber socorro federal e a economia não voltar a crescer, as dificuldades irão se agravar no segundo semestre, a ponto de transformar o parcelamento da folha dos servidores do Executivo em bola de neve. Confira os principais trechos da entrevista.
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O primeiro semestre foi pior do que o governo estadual previa?
Diante da necessidade, sempre ficamos aquém. E a necessidade é gigantesca. Mas, ainda assim, o desempenho do governo nas áreas essenciais foi positivo.
Como positivo, se o rombo aumentou?
Mesmo com todas as dificuldades, mantivemos os percentuais constitucionais aplicados em saúde e educação e, no caso da segurança pública, ampliamos os recursos de 16,9% para 17,8% da receita. Foram R$ 282,6 milhões a mais. Não é só discurso. Fizemos um grande esforço.
O déficit era esperado?
Não era difícil de prever. No primeiro semestre do ano passado, tivemos superávit porque vendemos a folha ao Banrisul. Agora, não temos mais essa opção. As dificuldades vão aparecer de forma mais preocupante.
A oposição questiona os números e diz que há exagero. Qual é a sua posição?
Fico muito magoado com as coisas que ouço. Alguns deputados dizem que estamos mentindo e nos atacam, mas não têm argumentos. Parece que não veem a realidade ou preferem não ver.
Qual é a tendência para o segundo semestre?
Vamos manter os investimentos nas áreas sociais, mas, se não houver alteração do quadro atual, as dificuldades para pagar as contas vão se agravar. É essencial um crescimento mais vigoroso da receita e a adesão ao regime de recuperação fiscal, que nos permitirá deixar de pagar a dívida e buscar novo empréstimo.
O acordo com a União continua sendo a única saída do governo?
Sem o acordo com a União, não vamos conseguir evitar o caos.
Pode acontecer o encontro das folhas de pagamento?
O encontro de folhas vai acontecer entre agosto e setembro. Está cada vez mais próximo.