A taxa de desemprego mostrou forte deterioração na passagem do trimestre móvel encerrado em janeiro para o trimestre móvel encerrado em abril de 2017, saindo de 12,6% para 13,6%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em um trimestre, o país ganhou mais 1,127 milhão de desempregados, enquanto viu fechar 615 mil postos de trabalho. Também houve fechamento de 572 mil vagas com carteira assinada. Com isso, a população desocupada chega a 14 milhões de pessoas no Brasil.
Em igual período de 2016, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,2%.
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Embora a taxa de desemprego tenha sido ligeiramente maior no trimestre móvel encerrado em março, quando ficou em 13,7%, o IBGE ressalta que não é possível dizer que houve recuo em abril, porque dois terços da amostra são repetidos no período. Dentro da série histórica da pesquisa, foi a primeira queda desde outubro de 2014.
– Não são períodos comparáveis – afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. – Não pode comparar com o trimestre encerrado em março porque dois terços das informações são repetidas – justificou.
O comércio dispensou 451 mil empregados em apenas um trimestre. A construção demitiu outros 291 mil funcionários. Na agricultura, 218 mil postos de trabalho foram cortados. Nos transportes, 6 mil pessoas foram demitidas, enquanto que o corte atingiu 47 mil pessoas na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. No segmento de outros serviços, 14 mil perderam o emprego.
Na indústria, 204 mil pessoas foram contratadas no trimestre encerrado em abril. No serviço doméstico, outros 26 mil foram admitidos. A atividade de alojamento e alimentação absorveu mais 150 mil pessoas, enquanto o segmento de informação contratou 25 mil.
A renda do trabalhador ficou estatisticamente estável no trimestre encerrado em abril de 2017 em relação ao mesmo trimestre de 2016 (apesar da alta de 0,6% no período): R$ 2.107 ante R$ 2.095.
A massa de renda dos trabalhadores saiu de R$ 181,196 bilhões no trimestre terminado em abril de 2016 para R$ 183,261 bilhões no trimestre até abril de 2017, movimento também considerado estatisticamente estável, apesar da variação negativa de 0,1%.
*Estadão Conteúdo