O Itaú Unibanco, que confirmou na manhã deste sábado a compra da unidade de varejo do Citibank no Brasil, estava em negociações exclusivas com o banco norte-americano há cerca de duas semanas, mas os detalhes do acordo só foram acertados nos últimos dias, segundo fontes com conhecimento da operação. A transação saiu por R$ 710 milhões, valor relativamente modesto para a compra de um banco.
Na semana passada, o Itaú anunciou sua 25ª aquisição, ao comprar a fatia de 40% do BMG na joint venture que constituiu com o banco mineiro na área de crédito consignado (com desconto em folha).
O crescimento do Itaú nas negociações pelo varejo do Citi surpreendeu o mercado, que tinha o Santander como o favorito para levar o ativo após perder a disputa pelo HSBC para o Bradesco. Pesou no apetite do banco, segundo fontes, a base de clientes de alta renda do Citi e a sobreposição com os seus clientes, fora o relacionamento com o vendedor. Em 2013, o Itaú comprou a Credicard por R$ 2,8 bilhões.
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O banco também tem demonstrado maior apetite por aquisições em meio à crise no país, que dificulta o crescimento orgânico. Como consequência, o Itaú acumula mais de R$ 60 bilhões de sobra de capital oriunda, principalmente, da baixa demanda por crédito. Ao final de junho, o Itaú somava quase R$ 136 bilhões de patrimônio de referência, praticamente o dobro do montante mínimo requerido pelo regulador em seu caso, de cerca de R$ 74 bilhões. Sua Basileia, que mede quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, está em 18,1%, bem acima dos 11% mínimos exigidos pelo Banco Central.
A expectativa do Citi era concluir a venda das suas operações de varejo no Brasil, Argentina e Colômbia ainda em setembro. O banco norte-americano informou a intenção desses desinvestimentos em 19 de fevereiro deste ano. A operação do Citi na Colômbia é negociada com o Scotiabank e na Argentina, com o Santander.