Na semana passada, pela primeira vez em quase um ano, o dólar comercial – usado em transações entre empresas – fechou abaixo de R$ 3,25, puxando também a moeda para turismo. Nas casas de câmbio de Porto Alegre, o dólar para viajantes já era encontrado de R$ 3,40 a R$ 3,50, caso vendido em espécie. Nos cartões, sai um pouco mais caro em razão do imposto mais alto.
Mas a queda não significa, necessariamente, que é a melhor hora para forrar a carteira com as verdinhas e correr até a agência de turismo mais próxima. Como persiste a crise na economia e na política brasileira – agora com a pitada adicional de tensão nos mercados com o Brexit, o referendo que decidiu pela saída britânica da União Europeia –, a oscilação tende a permanecer, para cima ou para baixo. E quem comprar hoje corre o risco de perder uma cotação mais atraente daqui a algumas semanas.
Leia mais:
Como driblar a disparada de preços em Porto Alegre, a capital da inflação
Aprenda a economizar em cinco passos e evite uma crise financeira
– Prevemos o dólar entre R$ 3 e R$ 3,10. Parece que o investidor estrangeiro está enxergando o Brasil como uma economia que deverá se recuperar – avalia Caio Esteves, analista sênior de câmbio da FN Capital, ao lembrar que o Banco Central deixou de fazer os leilões que impediam uma queda mais acelerada da moeda.
Embora o atual valor seja o menor dos últimos meses, ainda está distante da cotação de dois anos atrás, quando o dólar comercial custava R$ 2,15, e o turismo, R$ 2,30. Ou seja, ir ao Exterior é bem mais em conta em períodos de estabilidade na economia.
– Só é recomendada a compra da moeda estrangeira neste momento se a viagem está confirmada ou não pode ser adiada – complementa o educador financeiro Everton Lopes.
Além disso, programar uma viagem internacional, em especial no atual momento, sugere boa dose de planejamento.
Em geral, os pacotes costumam ser pagos de forma parcelada, em que há risco de enfrentar dificuldades no pagamento em caso de um imprevisto na renda familiar – como alguém ficar desempregado, por exemplo. Everton Lopes recomenda acertar uma viagem somente após prever o custo total – ou seja, além do pacote, quanto será necessário gastar no dia a dia no Exterior. E então ir guardando dinheiro antecipadamente para fazer o pagamento, o que inclusive poderá abrir portas para descontos nos serviços que serão contratados.