O dia em que alguns brasileiros aderem ao clima Halloween também é (você sabia?) o Dia Mundial da Poupança. Não da caderneta, claro, mas do espírito de economizar, que não significa travar todo o consumo, mas usar os recursos com consciência e sustentabilidade. Não é bonito?
Só para dar mais informações (e aprender junto, porque a coluna também descobriu há pouco), a data foi criada pelo Instituto Mundial dos Bancos de Poupança – ou seja, gente que também está de olho no nosso dinheiro – em 1925, na Itália. No Brasil, a data foi reconhecida um pouco depois, mas no distante 1933. A ideia era exatamente tentar despertar nas pessoas a atenção para os benefícios da poupança e também as consequências negativas da falta de planejamento financeiro.
Não que desde 1933 as finanças de todas as esferas de governo no Brasil tenham sido sensibilizadas por essa tentativa de marketing de calendário – a ''carreira'' do Halloween por aqui está indo bem melhor –, mas neste ano a coincidência das datas parece especialmente simbólica. Ninguém duvida do conceito, o problema é como chegar lá.
Parece que só diante de iminência do evento mais assombroso, a perda da segunda nota em grau de investimento, as forças de sustentação do Planalto dão sinais de convergir para o ajuste fiscal.
Não por ser a política com que todo governante sonhou, não por carregar consigo sua própria virtude, mas simplesmente por falta de opção. O buraco negro da receita pública só faz crescer. O oficial mede R$ 51,8 bilhões, o Tesouro adverte que pode chegar a R$ 110 bilhões, e se contar o pagamento de juros, fazem falta R$ 500 bilhões. Antes que nos transforme em uma república de zumbis, melhor que seja enfrentado. Tomara que ainda dê tempo.