O HSBC anunciou, nesta terça-feira, uma reestruturação que inclui encolhimento das operações no Brasil e na Turquia. O objetivo da operação, que deve acarretar em um corte de até 50 mil empregos, é economizar até US$ 5 bilhões.
Após anunciar a venda de suas operações, o HSBC emitiu uma nota em que explica que o banco "está em processo de venda e não de encerramento de suas operações" e que seguirá "operando normalmente e, mesmo após a venda, seguirá prestando serviços aos seus clientes".
Mas o que muda na prática para correntistas, funcionários e clientes? Veja a resposta desta e de outras perguntas abaixo:
Como ficam os correntistas pessoa física com a decisão do HSBC?
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o banco que adquirir os ativos do HSBC à venda no país também vai receber os correntistas e, com eles, herda o contrato de prestação de serviços para os clientes. Como em outros casos de fusão e aquisições no setor bancário no país, a migração vai ocorrer gradualmente e todas as etapas devem ser comunicadas aos clientes. Vale lembrar que, em um primeiro momento, não há razão para temor dos correntistas, informa o Idec, porque o HSBC está deixando o país por uma questão de estratégia, e não de problemas financeiros que gerem risco aos clientes. Mesmo assim, todas as contas correntes e aplicações até o limite de R$ 250 mil (poupança, renda fixa, CDI, capitalização, entre outros) estão garantidos por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
A mudança altera direitos dos clientes?
É importante o consumidor ter conhecimento que todos as condições contratuais que foram estabelecidas anteriormente permanecerão vigentes. O banco que assumir a carteira de clientes e negócios do HSBC responderá juridicamente pelos acordos firmados. Com isso, em caso de descumprimento de oferta ou quebra de contrato, o Código de Defesa do Consumidor continua garantindo os direitos, e os consumidores que se sentirem lesados devem procurar o Banco Central e o Procon de sua cidade para solução do problema.
Os clientes do HSBC são obrigados a migrar para o banco comprador?
Não. Existe a portabilidade bancária no país. Se o cliente ficar insatisfeito, pode levar a sua conta, financiamento, seguros, investimentos etc. para outro banco. A economista Ione Amorim, do Idec, ressalta que é importante não tomar decisão precipitada e aguardar o processo de incorporação para avaliar o perfil do banco e os serviços que oferece.
Boletos emitidos pelo HSBC sofrem alteração?
Depois da migração, serão incorporados pelo novo banco. Antes, nada muda. Todo o processo de incorporação terá um tempo para substituição dos documentos emitidos pelo banco.
O que ocorre com os cartões de crédito dos correntistas?
Isso ainda vai depender da estratégia do banco comprador. Como é um banco internacional, pode ocorrer a manutenção das bandeiras atuais com o nome do banco em razão da sua atividade no Exterior. É semelhante ao que acontece com os cartões American Express, por exemplo, administrados pelo Bradesco.
Como ficam as folhas de pagamento que são de responsabilidade do HSBC?
A questão é o mesma. O banco que adquirir os ativos do HSBC assume, também, os contratos firmados com empresas e instituições publicas, como é o caso das folhas de pagamento do funcionalismo, que são licitadas. Se o cliente ficar descontente, posteriormente pode fazer a migração da conta-salário para outra instituição.
Como ficam os bancários que hoje trabalham no HSBC?
Isso vai depender da estratégia do banco comprador, mas em regra negócios desta natureza levam ao enxugamento no número de agências e desligamentos por superposição de funções.
Como vai funcionar o HSBC durante a transição?
As agências seguem funcionando normalmente enquanto ocorre a incorporação gradativa das operações e os clientes deverão ser comunicados sobre mudanças no número das contas, cartões etc., manutenção ou não de agências. Não há prazo definido para esta migração acontecer por completo. O Goldman Sachs, contratado para assessorar o HSBC no negócio, teria até agosto para definir a melhor oferta.