As exportações gaúchas recuaram 1% em abril, na comparação com igual período do ano passado, e somaram US$ 1,65 bilhão. O resultado foi puxado pela queda de 5,1% da indústria, responsável por US$ 923 milhões das vendas totais, que atingiram o menor patamar para o mês desde 2009, quando foram sentidos os efeitos da crise financeira internacional. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
- A economia brasileira passa por uma crise de competitividade que é agravada pela falta de acordos comerciais relevantes. Nesse cenário, a taxa de câmbio mais desvalorizada ainda não tem sido suficiente para alavancar as vendas externas da indústria - afirmou o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial do Estado.
De um total de 24 segmentos da indústria gaúcha, apenas cinco tiveram crescimento, enquanto 11 caíram e oito ficaram estáveis. Os principais desempenhos negativos vieram de materiais elétricos (-48%), máquinas e equipamentos (-15,9%), tabaco (-15,6%), couro e calçados (-12,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,7%). Os destaques positivos foram metalurgia (33,3%) e químicos (30,3%).
As vendas externas de produtos básicos (commodities) evoluíram 5,5% (total de US$ 705 milhões), influenciadas pelo aumento da demanda externa por soja (18,1%). O resultado só não foi melhor em razão da queda das exportações de milho (-87,5%).
Em relação aos destinos das vendas externas do Estado, a China garantiu a liderança (US$ 612,8 milhões), aumento de 6,1%, adquirindo basicamente soja. A segunda posição ficou com a Argentina (US$ 101,1 milhões), que diminuiu em 7,5% as encomendas e recebeu principalmente polietilenos. Na sequência vieram os Estados Unidos (US$ 91,1 milhões), ao reduzir em 4,6% sua solicitação.
As importações em abril caíram 25,4%, somando US$ 927 milhões - também o valor mais baixo para o mês desde 2009. Todas as categorias de uso apresentaram queda, com destaque para bens de consumo (-46,4%), bens de capital (-34,4%) e bens intermediários (-26,5%).
- Essa retração nas compras está atrelada à desaceleração da atividade econômica e ao pessimismo dos empresários em relação ao futuro e à recomposição da alíquota do IPI sobre veículos automotores - avaliou Müller.