O economista-chefe do banco Besi Brasil, Flávio Serrano, disse que o resultado de 0,55% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro, abaixo do piso das estimativas do mercado, é uma surpresa positiva, mas não muda a análise do cenário inflacionário.
- O quadro ainda preocupa, principalmente por causa do índice de difusão, que continua alto, mostrando que o processo inflacionário é disperso. Há muitos produtos subindo - afirmou.
Apesar do cenário ainda cauteloso, Serrano acredita que o IPCA de janeiro reforça a percepção de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim, com um tendência de freio na alta da taxa básica de juro (Selic).
- Ainda esperamos um avanço de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. Se não for a última alta, será a penúltima. Não passará disso - afirma.
Para Serrano, a desaceleração do IPCA em janeiro (em dezembro havia ficado em 0,92%) foi causada por fatores pontuais e não por uma queda generalizada de produtos e serviços. Serrano citou a contribuição da gasolina, que diminuiu a alta de 4,04% no último mês de 2013 para 0,60% em janeiro, e de passagens aéreas, que recuaram 15,88% em janeiro.
- Os serviços subiram somente 0,47%, mas, não fosse o item passagens aéreas, a pressão teria sido muito maior - avalia.