Se o crescimento do Brasil no segundo trimestre já surpreendeu meio mundo, aqui no Estado a expansão de 15% em relação ao mesmo período de 2012 não foi lá muito diferente. Já se esperava um desempenho extremamente bom, mas o índice alcançado deixou muita gente de queixo caído. No bom sentido, claro.
A tendência era extremamente positiva pela grande safra agrícola colhida no Rio Grande do Sul, mas também foi bem melhor do que o imaginado o total dos negócios fechado pela indústria e, em segundo plano, pelos serviços. No ano, o PIB gaúcho acumula alta de 8,9% ante 2,6% do nacional.
É claro que isso abre espaço para outra velha discussão: a dependência de nossa economia do setor primário. Se São Pedro nos ajuda, tudo bem. Em épocas de solos áridos, o fundo do poço nos aguarda, como em 2012.
Então, mais uma vez é preciso bater na tecla de que chegou a hora de providências: procurar novas opções para o desenvolvimento ou, no caso da agricultura, para efetiva expansão dos projetos de irrigação.
Mas também é hora de se pensar e planejar os próximos meses para usufruir da riqueza já acumulada no primeiro semestre. As tendências são boas, apesar da fraqueza da economia nacional, e os técnicos do governo calculam que será possível fechar o ano com crescimento de 6% ante 3% do país. Estimativa mais otimista, aliás, do que os 2,35% previstos no Boletim Focus.
O aquecimento esperado para os próximos meses vem amparado em algumas âncoras. Outra safra boa, desta vez a de trigo, que começará a ser colhida no último trimestre e com preços em alta.
E também do dinheiro circulando no Interior, reflexo da safra em geral, que sustenta tanto o comércio quanto os serviços. Sem falar na alta do dólar ante o real, benefício para a indústria exportadora local. Outro incentivo para a indústria ainda pode vir da vendas de máquinas e implementos agrícolas, embora a parte mais expressiva desses negócios já tenha sido fechada.