O empresário Leandro Vincenzi está preso preventivamente e prestou depoimento no Ministério Público em Guaporé. Ele é dono de empresa de transporte de leite. No interrogatório, revelou que movimentava diariamente 100 mil litros entre transporte e resfriamento. São 50 mil a menos que a estimativa divulgada pelo Ministério Público durante a Operação Leite Compen$ado. O empresário foi preso na semana passada acusado de participar da fraude de adição de água e ureia no leite no transporte entre a propriedade rural e a indústria. O promotor de justiça Mauro Rochenbach conta que ele negou participação no esquema.
- Ele disse que não participou, não sabia, não fazia. Garantiu que cumpria as exigências do Ministério da Agricultura e fazia testes adequados. E contou que apenas tomou conhecimento, por boatos no meio leiteiro, sobre a existência de um pó branco - resume Rochenbach.
De acordo com o promotor, o depoimento não confere com a prática, já que foi comprovada a presença de formol no leite transportado. O empresário será um dos denunciados pelo Ministério Público. Outros seis presos em Ibirubá também continuam na cadeia. Na quinta-feira, o Ministério Público vai oferecer denúncia à Justiça nos núcleos de Ibirubá e Guaporé. Em Horizontina, pedirá novamente a prisão de um suspeito que teve negado pela Justiça o pedido anterior.
Em Ibirubá, Horizontina e Guaporé, a adulteração é a mesma, mas não há indícios de ligação entre os empresários. Outras denúncias de fraudes chegaram ao Ministério Público após a operação. A investigação em andamento envolve outros três municípios com a suspeita da mesma prática. Novos pedidos de prisão serão feitos.
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Entenda o Caso
Nove pessoas foram presas na Operação Leite Compen$ado, realizada pelo Ministério Público (MP) no interior do Rio Grande do Sul. No início do ano, foi descoberta uma fraude que pode causar problemas de saúde. De acordo com os promotores, atravessadores adicionavam ureia no leite para mascarar a adição de água durante o transporte entre a propriedade rural e as indústrias. As análises comprovaram a presença de formol, substância cancerígena. A operação foi realizada nas regiões de Horizontina, Ibirubá e Guaporé. Está proibida a comercialização de leite de vários lotes de sete marcas: Hollmann, Goolac, Só Milk, Italac, Líder, Mumu e Latvida.