As bancadas de Rio de Janeiro e do Espírito Santo, Estados produtores e que mais perderão receita no caso de derrubada do veto à lei dos royalties do petróleo, se preparam para usar todos os dispositivos possíveis para obstruir a votação. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), autor da ação que resultou na liminar do ministro Luiz Fux, tem esperança de que, ao analisar a ação, o Supremo Tribunal Federal decida à favor do seu Estado.
- Eu tenho forte convicção de que o Supremo vai julgar que a ordem de votação dos vetos deve ser a ordem cronológica. Ainda que o Supremo tenha cassado a liminar para evitar crise com o Congresso e, no fundo, para permitir que se votasse o Orçamento. Infelizmente, o que se fez foi uma tentativa de condicionar a votação do orçamento à derrubada da liminar. Mas o julgamento do mérito do mandato vem aí e nós vamos ver se o ministro Fux estava certo ou errado - afirma o parlamentar.
Molon disse que, enquanto não sai a decisão sobre o mérito da questão, os parlamentares cariocas e capixabas resistirão à derrubada do veto com todas as forças. O deputado garantiu que o grupo está pintado para a guerra, afirmando que, além de honrar os interesses dos dois Estados, defendem a Constituição Federal.
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) espera que a votação do veto à lei dos royalties ocorra de fato nesta terça-feira.
- Quem vai presidir esta sessão deve ser o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional, político calejado, experiente, consciente dos direitos regimentais, que, naturalmente, vai colocar os parlamentares do Rio de Janeiro, aqueles que extrapolarem, dentro dos devido limites do Regimento, como manda a boa postura parlamentar de quem quer que seja - disse.
Segundo o deputado Castro, não tem porque uma minoria que quer defender privilégios emperrar, paralisar a casa do povo, que quer exatamente votar os royalties para fazer essa divisão democrática e beneficiar todos os brasileiros.