O PIB brasileiro no segundo trimestre de 2012 cresceu 0,4%, conforme anunciou na manhã desta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores, o total chega a R$ 1,1 trilhão.
Em um momento de desaceleração da economia brasileira, o baixo crescimento no período já era esperado por especialistas da área.
O resultado foi um pouco superior ao 0,1% de crescimento do trimestre anterior. A leve melhora, de acordo com o economista Rafael Leão, da Austin Rating, é um sinal de retomada da economia brasileira. Para os economistas Daniel Cunha, da XP Investimentos e Fernanda Comsorte, do Santander, os próximos trimestres deverão apresentar resultados mais positivos.
No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, a previsão de crescimento da economia brasileira para o ano para o ano ficava em 1,73%. Já o Ministério da Fazenda prevê um crescimento próximo aos 4% para 2013.
Para o economista da UFRGS, Marcelo Portugal, o país continuará crescendo em ritmo desacelerado nos próximos meses.
- Os resultados irão melhorar, mas muito devagar. Não podemos esperar que o crescimento do PIB seja maior que 1,7% no final do ano - afirma Portugal.
Na comparação com o segundo trimestre de 2011, o PIB cresceu 0,5%. No acumulado de 12 meses, a expansão foi 1,2 %. No primeiro semestre, o PIB apresentou aumento de 0,6%.
Entre os setores da economia, a maior expansão foi observada na agropecuária (4,9%). O setor de serviços cresceu 0,7%. A indústria teve queda de 2,5%.
Sob a ótica da demanda, foram observados aumento de 1,1% no consumo do governo e de 0,6% no das famílias. A formação bruta de capital fixo teve queda de 0,7% no período.
Apesar da melhora em relação ao trimestre anterior, um indicador preocupa nos números do PIB do segundo trimestre. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é uma espécie de termômetro dos investimentos no país, teve queda de 0,7% em relação aos primeiros três meses de 2012. Na comparação com o mesmo trimestre de 2011, o tombo foi ainda maior, de 3,7%. O sinal é inquietante porque investimento presente significa crescimento futuro. Sem recuperação nesse indicador, fica difícil projetar uma retomada mais consistente da economia brasileira.