Beber água mineral pode fazer bem à saúde, mas começa a pesar no bolso.
O consumo aumentou entre 15% e 20% no Estado, em relação ao verão passado, o que demonstra a popularização do líquido, mesmo mais caro.
No primeiro trimestre deste ano, o preço da garrafa de dois litros subiu 7,14% , segundo o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A produção e o consumo de água mineral estão em alta. O Brasil é o oitavo no ranking mundial: expandiu o envase de 8,4 bilhões de litros, em 2010, para 9 bilhões de litros em 2011.
A Associação Gaúcha de Supermercados calcula que em Porto Alegre a venda cresceu de 15% a 20%. Presidente da entidade, Antônio Longo informa que não houve risco de desabastecimento, mesmo quando a temperatura arranhou os 40ºC durante o verão.
- O consumo aumentou com o poder aquisitivo. As pessoas migram da água de bica para a mineral - avalia Longo.
A Capital vive uma situação diferenciada. Vice-presidente da Associação dos Distribuidores de Água Mineral (Adam) no Estado, Leandro Greff observa que o consumo dispara quando a população percebe alguma alteração no líquido da torneira - o que está acontecendo há algumas semanas.
Em razão da estiagem prolongada, houve proliferação de algas no Guaíba, o que obrigou o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) a reforçar o tratamento químico.
- Neste mês, o consumo está 25% maior do que em abril do ano passado - constata Greff.
A cada semana sem chuva, o que reduz o nível do Guaíba, as vendas de água mineral crescem 5%, pelas estimativas da Adam. Greff nota que, além dos clientes habituais, apareceram outros que se dizem insatisfeitos com o cheiro da água encanada.
Qualidade do líquido é garantida pelo Dmae
O Dmae admite a interferência das algas, em razão da estiagem, mas assegura que a água da torneira é potável. O departamento não sabe quando a situação será normalizada, porque depende do tempo.
O que também chama a atenção é o preço da água mineral. O economista José Antonio de Seixas Villanova Filho, do Iepe, destaca que o reajuste de 7,14%, no primeiro trimestre, supera o acumulado de 1,43% do Índice de Preços ao Consumidor. No mesmo período, um dos refrigerantes mais vendidos subiu 0,8%.
Garganta seca
Pesquisa revela que gaúchos estão consumindo mais água mineral
Aumento da renda e calor estimulam demanda, mas o preço da bebida aumentou 7,14% no primeiro trimestre deste ano
GZH faz parte do The Trust Project