Com sentimento de "dever cumprido", a 23ª edição da Expodireto Cotrijal chega ao fim nesta sexta-feira (10) com novas marcas para serem lembradas. A exposição de máquinas e tecnologias para o agronegócio se consolida como referência entre as maiores feiras do segmento, colocando o norte do Rio Grande do Sul em destaque e já mirando novas metas para o próximo ano.
Os números finais só serão anunciados às 17h. Mas o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei Manica, comemora que o evento ganha corpo a cada edição e atribui os recordes ao alcance da feira, à medida que novos temas e discussões são trazidos para dentro do parque, para além da exposição de máquinas.
— A Expodireto tem uma dimensão maior a cada ano que passa. E as pessoas, as entidades e os países que vêm participar sabem disso, multiplicando essa informação. Isso tudo vai ramificando. Aqui é onde estão a tecnologia e a inovação, os debates do setor, e tudo isso faz com que a movimentação seja neste porte — comenta Manica.
Um dia antes do encerramento, os números da organização já sinalizavam que a edição de 2023 estaria entre as maiores. Nos quatro primeiros dias, 262.220 pessoas já haviam visitado o parque de exposições em Não-Me-Toque, quase superando os 263 mil da edição passada.
Crédito
Na indústria de máquinas, setor que concentra o maior número de expositores e o grande pilar da exposição, a avaliação sobre os negócios cumpria o esperado, apesar do crédito travado. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Cláudio Bier, as empresas se despedem da edição otimistas em relação às intenções de compras e aos pedidos sinalizados durante os cinco dias de feira.
— A disponibilidade de crédito está sendo um problema e o que tem é muito caro. Isso, mais a seca, impactaram, mas não no sentido de inviabilizar. Não fosse o entrave, certamente chegaríamos a números ainda mais expressivos — avalia.
O presidente da Expodireto Cotrijal concorda com a posição, e acrescenta que a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávero, na abertura da feira, serviu para mostrar ao novo governo que a liberação de mais recursos precisa ser tratada como assunto prioritário.
— Não digo que (a questão do crédito) atrapalhou, mas poderia ter havido uma movimentação maior de vendas. Sabemos da dificuldade, mas o agronegócio é o que sustenta a balança comercial do país, a alimentação nacional, então precisamos que o governo entenda e disponibilize mais recursos para o setor produtivo — afirmou Manica.
Melhorias
O encerramento da Expodireto com metas cumpridas também deixa lições para as próximas edições. O público que visitou o parque encontrou algumas dificuldades de deslocamento, sobretudo pelo grande fluxo de pessoas. Entre elas, as queixas em relação ao acesso ao parque foram as mais ouvidas. Segundo o presidente da feira, há questões que são "do parque para fora", mas algumas melhorias serão pensadas para 2024.
— Nós temos que cuidar a Expodireto do portão para dentro. Mas é lógico que junto com o governo municipal e o Estado nós vamos ter que viabilizar acessos com menos problemas. Na quarta-feira, nosso estacionamento bateu um recorde. Às 11h já não tinha mais vagas, então realmente isso é um problema "bom", porque se pode resolver. O ruim seria se tivesse estacionamento sobrando e não tivesse público — avaliou Manica.
Segundo o presidente, a cada edição, pesquisas de satisfação são feitas tanto com os expositores quanto com os visitantes para que as informações coletadas sinalizem as melhorias necessárias.