Até o dia 31 de março, o Ministério da Saúde anunciará o percentual de reajuste para preços de medicamentos no Brasil. A pasta ainda não informa qual valor deverá ser aplicado, mas entidades farmacêuticas já sabem que o reajuste deverá ficar um pouco abaixo de 4,5%. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) estima reajuste de 4,45%, e a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), de 4,46%. Os índices ficam próximos ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses: 3,89%.
A projeção leva em conta uma fórmula divulgada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no final de novembro, que praticamente estabeleceu a variação da inflação oficial (IPCA) entre março de 2018 e fevereiro de 2019 como referência dos novos preços para os remédios.
A correção deve ser aplicada no início de abril pela indústria, e os medicamentos com as novas tabelas começarão a chegar, gradativamente, às farmácias conforme os estoques forem renovados. O aumento atualiza a tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) e não gera elevação automática nem ajustes imediatos nas farmácias e drogarias, principalmente em relação aos remédios que registram grande concorrência.
Orientações que podem ser úteis aos consumidores são aumentar a pesquisa de preços, buscar programas de fidelidade e reforçar os estoques de medicamentos de uso contínuo, ainda com o preço em vigência – sempre observando os prazos de validade e condições de armazenamento. A pesquisa deve colocar uma lupa especial sobre os genéricos, que oferecem preços mais baixos do que as marcas mais conhecidas — a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar) afirma que os descontos partem de 35% nos genéricos.
— Se havia uma desconfiança inicial com estes medicamentos, ela foi superada. Os genéricos possuem um potencial muito grande de gerar economia ao cidadão — analisa Edison Tamascia, presidente da Febrafar.
Quem precisa de medicamentos de uso prolongado e decidir reforçar o estoque deve ter cuidado especial com a forma como armazena estes produtos. É importante seguir as recomendações que estão na embalagem: mantê-los sempre protegidos da umidade, do calor e da claridade, explica a farmacêutica Irene Prazeres.
— É fundamental observar o prazo de validade, que em geral sai das indústrias com dois anos, mas as farmácias podem vender lotes mais próximos ao vencimento — alerta Irene.
Veja dicas para economizar na compra de medicamentos
- Pesquise bem os preços, usando a internet e visitando farmácias próximas ao trabalho e à residência.
- Peça ao médico que, na receita, seja colocado o princípio ativo do remédio, e não o nome comercial. Levar a receita com o princípio ativo facilita para que o farmacêutico ofereça opções fabricadas por diversos laboratórios, e, consequentemente, com valores variados. A diferença de preço costuma variar de 10% a 15%.
- Verifique se na farmácia escolhida há alguma forma de desconto adicional por meio de programas de fidelidade ou mediante o fornecimento dos números do CPF ou Conselho Regional de Medicina (CRM) do médico. Geralmente, medicamentos de uso contínuo têm preços mais vantajosos.
- Verifique se o medicamento que procura é disponibilizado pelo programa Farmácia Popular, que oferece remédios com preços até 90% mais baixos. Não é necessário comprovar renda ou ter utilizado o Sistema Único de Saúde (SUS) para recorrer ao programa. Basta ir a uma farmácia credenciada, apresentar a receita médica e um documento com foto.
- O Ministério da Saúde também disponibiliza remédios gratuitos para diversas doenças nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), e muitas prefeituras contam com postos que usam o mesmo sistema.
- Medicamentos de uso prolongado devem ser protegidos da umidade, do calor e da claridade. Guardar no banheiro ou na cozinha não é uma boa opção.
- O quarto costuma ser um local arejado, com temperatura amena e longe da umidade: indicado para guardar remédios. Coloque os medicamentos em uma caixa e guarde em uma gaveta ou prateleira.
- Redobre a atenção também com os prazos de validade. Planeje-se para comprar apenas a quantidade de remédios que utilizará dentro do período de validade - evitando desperdiçar seu dinheiro.
Fontes: Farmacêutica Irene Prazeres, Associação de Consumidores Proteste e Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar)