A Black Friday, neste ano realizada no dia 23 de novembro, mobiliza consumidores de todo o país para descontos que podem chegar até a 80% em determinados itens. Considerada a segunda principal data do comércio, atrás apenas do Natal, somente nas compras pela internet, a movimentação deve alcançar R$ 2,87 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) – crescimento de 16% em relação ao evento de 2017.
É nessa euforia que fraudadores tentam enganar consumidores e ficar com parte desse dinheiro. O terreno fértil para as tentativas de golpe é a internet, quando o cliente paga por um produto que nunca será enviado. No ano passado, páginas falsas usando nomes de grandes empresas foram colocadas no ar.
Smartphones que custavam no mercado cerca de R$ 1,3 mil, por exemplo, eram oferecidos por R$ 500 em endereços falsos de grandes varejistas. Em outro caso, identificado pelo portal Reclame Aqui, um sonho de consumo era usado como isca: uma smart TV com preço real de R$ 5 mil era "vendida" por R$ 1,3 mil em endereços piratas.
Olho sempre no site oficial
Nas duas semanas seguintes à Black Friday de 2017, o Reclame Aqui recebeu 34.493 queixas, número bem superior ao mesmo período de 2016 (24.840) e de 2015 (23.795). Produto não recebido pelo cliente e problemas na hora de finalizar a compra foram as principais reclamações, junto com o atraso na entrega. Caso essa tendência de crescimento nas queixas persista, o consumidor precisará de muito cuidado.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), nas compras online, é necessário ficar atento ao endereço da loja. Em um site falso das lojas Americanas, por exemplo, era usada a URL www.99.cr-americanas-mesdablack.com.br. Em outra fraude, usando o nome das Casas Bahia, o endereço usado na fraude fazia alusão ao mascote da marca: www.cantinhodobaianinho.com.
O Idec sugere que se verifique o cadeado no canto esquerdo da barra de busca do navegador. Caso esteja visível, é um sinal de que a loja é segura. Outra orientação para aumentar a segurança é evitar portais que só aceitam pagamento por meio de boleto. Além de não passar pela verificação da administradora do cartão, caso haja fraude, não é possível reaver o valor pago.
Dez dicas para evitar dor de cabeça
- Faça uma pesquisa dos produtos que pretende comprar, para saber se os descontos anunciados são verdadeiros, e não apenas maquiagem ou pura fraude. Uma dica é acompanhar monitoramento realizado pelo Procon Porto Alegre.
- Pesquise a reputação da loja em sites de reclamações, fóruns de consumidores e Procons. O Procon de São Paulo tem uma "lista negra" de lojas virtuais que devem ser evitadas. Acesse o conteúdo neste link.
- Confira se o "www.nomedosite.com.br" está correto, sem letras de outros alfabetos, números ou palavras que façam alusão à marca, confundindo o usuário.
- Antes da aquisição, entre por conta própria no site oficial da loja. Essa dica vale para quem recebe promoção em links que levam direto ao suposto produto com desconto. É a maneira preferida usada por golpistas que falsificam a identidade visual de lojas.
- Desconfie de ofertas com preços muito abaixo do mercado. Mesmo na Black Friday, uma smart TV ou um iPhone nunca serão vendidos por menos da metade do preço, por exemplo. Os descontos maiores são em produtos parados em estoque, com menos saída.
- Prefira fazer compras em lojas conhecidas, com CNPJ, número para contato telefônico e endereço físico, se possível.
- Não confie em sites que oferecem o pagamento somente por boleto bancário. O ideal é pagar com cartão de crédito. Se ocorrer algum problema com a entrega, é possível cancelar o pagamento.
- E fique atento na hora de usar o cartão! Utilize-o em portais que adotem HTTPS no endereço eletrônico ou plataformas de pagamento conhecidas. Mais um indicador de segurança.
- Na internet, faça cópias de tela em cada etapa da compra. No computador, é apertar a tecla Print Screen e colar em outro programa, como seu e-mail.
- Ao comprar online em lojas menores, preferira as que oferecem sistema de pagamento como PagSeguro, PayPal ou MercadoPago. Existe um intermediário que pode garantir a segurança dos dados.
Fontes: Idec, Reclame AQUI, blackfriday.com.br e Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS)